Dicas Para Identificar Um Carro
"Cabritado"
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A compra de um carro
exige um grande esforço financeiro. Portanto, a regra número 1 é fazer
um negócio seguro. Tome todos os cuidados necessários antes de
concretizar a compra. As quadrilhas especializadas em roubo e furto de veículos
cometem o crime para adulterar carros, com características semelhantes, e
depois repassar ao mercado como um veículo comum, aparentemente sem
irregularidades, o chamado “cabrito”. O acesso à compra de peças em
desmanches ou a utilização da numeração de um veículo totalmente
destruído em um acidente facilitam ainda mais as ações para
“cabritar” um veículo. Mais de um milhão de
“cabritos” circulam no País. Não existe especialista capaz de
identificar um carro com a documentação “esquentada” sem uma
peritagem completa nos órgãos oficiais. Como é muito difícil realizar
tal análise antes do pagamento, qualquer pessoa está passível de
comprar um problema sobre rodas. Existem, porém, alguns cuidados que você
pode tomar para diminuir o risco de levar para casa um automóvel com
documentação adulterada. Um bom começo é fazer negócio com uma pessoa
que possa ser facilmente localizada no futuro, caso haja um eventual
problema. O ideal, mesmo, é comprar somente em lojas idôneas, com
reconhecimento no mercado e que estejam estabelecidas naquele endereço há
um bom tempo. Afinal também interessa aos comerciantes honestos evitar
negócios com “cabritos”, já que no futuro eles podem até ser
enquadrados criminalmente, como receptadores de carros roubados. Outro passo importante
é verificar se o número do chassi confere com o apresentado no documento
do veículo, bem como certificar-se de que a documentação não apresenta
rasuras. O chassi é composto por 17 caracteres. Deve-se observar o
alinhamento desses dígitos alfanuméricos, o espaçamento e a
uniformidade do contorno dos dígitos. Qualquer anomalia como espaçamento
irregular, letras diferentes, retoques e decalques podem ser indicação
de uma adulteração nos dígitos. Os números e letras mais sujeitos à
falsificação são: 3 para 8, 5 para 8, 4 para 9, 1 para 7, E para F, R
para P, H para K e K para L. Outra dica importante
é checar se o lacre do veículo está adulterado, observando os orifícios
de entrada do arame para o respectivo lacre nas placas. Se apresentarem
rebarbas ou polimento interno é sinal de falsificação. Nos vidros há
informações compostas de duas ou três letras e seis números. Verificar
se as gravações nos vidros dos veículos apresentam asperezas, borrões
ou, ainda, se os dígitos estão camuflados com adesivos. Esses são
sinais de adulteração que dão suspeitas de carro “cabritado”. Como já foi dito, todos estes cuidados ajudam, mas não são
suficientes para garantir em 100% a procedência de um carro. Algumas
empresas começam a oferecer serviços que ajudam a combater este tipo de
problema. Quem compra um veículo, pode recorrer a empresas
especializadas, que fazem uma vistoria no veículo para saber se sua
procedência é boa. Através de um técnico é enviado para fazer a perícia
no veículo. Multas podem indicar clonagem de carro - É na hora em que recebe uma multa por algo que não cometeu,
mas de um veículo com as mesmas características e placa do seu, que o
consumidor descobre que seu carro foi clonado. Segundo o corregedor-geral
do Detran, Carlos Fogaça, o dono do veículo precisa entrar com um
processo de investigação no setor de Anticlonagem para provar que o seu
carro é o original. Foram essas denúncias que possibilitaram a apreensão
de 244 clones em 3.386 processos abertos desde 1999. Fogaça explica que há
três razões básicas por trás da clonagem: o motorista quer fugir da
multa pecuniária, livrar-se dos pontos negativos na carteira ou
“esquentar” um carro roubado: — A clonagem
imperfeita, também chamada de dublê, quando só há a troca da placa,
independentemente da marca e cor do carro, é a mais comum. A perfeita,
quando até o chassi é remarcado, é crime previsto no Código Penal. Anotação de guarda
pode trazer erro - Fogaça observa que nem todas as vezes
em que o consumidor garante que não estava no lugar da multa trata-se de
clonagem: — Quando a multa é
aplicada por guardas municipais pode haver erro na anotação da placa ou
da marca do carro. Ou pode haver erro na hora da digitação dos dados. Segundo Fogaça, uma
das características da clonagem é que raramente existe apenas uma multa,
pois o motorista sabe da impunidade e comete várias infrações. — A clonagem também
não dura muito tempo, pois as placas são mudadas para que a fiscalização
não pegue — explica. José Alexandre
Trindade de Souza conta que recebeu no dia 26 de maio uma multa de R$
127,69, considerada grave, aplicada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por
não usar cinto de segurança, infração cometida no dia 14 de maio. — Para minha
surpresa, nunca estive no local da multa. Fiquei mais surpreso ainda
quando verifiquei a especificação da marca do veículo na multa, um
Volkswagen Santana. Na verdade, sou proprietário de automóvel marca
Volkswagen Gol, modelo 2000. Entrei com recurso para o cancelamento da
multa e fui informado de que devo aguardar o resultado durante 30 dias. O Detran explica que
o recurso deve ser impetrado na Secretaria municipal de Transportes, que
é responsável pela análise e o julgamento dos pedidos de revisão de
multas de âmbito municipal. O Detran diz que esse tipo de multa é
aplicado por guardas municipais e provavelmente o guarda trocou uma letra
ou número da placa, um erro comum. Gabriel Oliven afirma
que seu carro é um Palio Adventure, mas na semana passada ele recebeu uma
multa da Secretaria municipal de Transportes por ter avançado o sinal
vermelho na Avenida das Américas, na altura do 11.889, no Recreio dos
Bandeirantes. — A infração foi
cometida às 15h26m do dia 12 de maio, uma segunda-feira. Neste horário,
eu e minha mulher estávamos trabalhando no Centro. Além da perda de
pontos na carteira, teria de pagar R$ 191,54 de multa, considerada gravíssima.
O detalhe é que o carro multado é um Mercedes-Benz. Ora, se a secretaria
tem meu nome, meu endereço, meu CPF, o número da placa e o do Renavam,
ela deveria saber que a placa anotada não corresponde à de um Mercedes.
Por que a Prefeitura não faz uma verificação prévia dos dados antes de
enviar a multa para minha casa? Isso evitaria o aborrecimento de perder
uma manhã na fila para pedir a anulação da multa. Além disso, o
resultado desse recurso só sai em 40 dias. Uma espera longa, não? A Secretaria
municipal de Transportes diz que se estas notificações não fossem
emitidas seria mais difícil suspeitar da existência de um veículo
clonado, pois muitos casos foram verificados pelo Detran a partir de
encaminhamentos das Juntas Administrativas de Recursos de Infrações (Jaris)
do município do Rio. No entanto, a secretaria afirma que a sugestão é válida,
será analisada e poderá ser adotada. Mário David de Souza
tem um Palio Weekend amarelo e recebeu uma multa por estacionamento
proibido em uma praça de Mangaratiba, aplicada pela guarda municipal em
fevereiro: — Os dados do veículo
correspondem ao meu, mas nem conheço Mangaratiba. Meu carro é táxi e eu
passei o mês de fevereiro trabalhando no Rio. Estou desconfiado de que
clonaram o meu carro. Para Fogaça este último
caso parece ser de clonagem, mas, para ter certeza, Souza precisa levar os
documentos ao setor de Anticlonagem para investigação. O que fazer se achar
que seu carro foi clonado -
Denúncia - O consumidor que receber uma multa e perceber que seu carro foi
clonado deve procurar a Corregedoria Geral do Detran. No setor de
Anticlonagem, o processo de investigação dura em torno de 20 dias e é
iniciado por meio de requerimento, assinado pelo dono do veículo ou por
seu representante legal. Devem ser apresentadas as cópias da Carteira
Nacional de Habilitação, do CRLV, da identidade, do CPF e do comprovante
de residência, além de quatro fotografias do veículo (frente, traseira,
laterais direita e esquerda). Foto - Se o consumidor tiver uma outra multa com foto, mesmo paga, deve
levá-la também ao setor de Anticlonagem. Fotos produzidas por radares
eletrônicos têm servido como importantes pistas para a investigação de
casos de clonagem. Prevenção - É preciso ter muito cuidado na hora da compra de um veículo,
especialmente se for usado. Comprar sem comprovação de origem, sem
checar se os documentos são legais, envolve o risco de prejuízo total.
Depois de apreendido pela polícia, o carro clonado jamais volta para as mãos
do dono que o comprou enganado. Ao fim de um longo processo, depois de
descoberta sua real identificação, o veículo deve ser entregue aos
verdadeiros donos. Clonagem imperfeita - A clonagem de veículos se verifica em vários níveis. Há desde
falsificações grosseiras, como mudança de uma letra na placa, uso de cópias
de placas aplicadas em carros de mesmo modelo e cor, até a reprodução
perfeita. Clonagem completa - A clonagem completa, com direito a documentos em duplicata e numeração de chassis alterada, por raspagem e remarcação, é uma prática do crime organizado, com a finalidade de dar aparência legal a carros roubados em todo o país. |
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