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Que Você Deve Saber Para Comprar Um Carro Usado

Problemas mecânicos, multas do antigo dono, restrições e até o medo de levar para casa um veículo roubado podem ser evitados. Basta Tomar algumas precauções.

 

Ouvir a frase "acho que você fez um mau negócio" depois de ter comprado um carro usado não é nada agradável, para dizer o mínimo. Afinal, a compra foi planejada. Você poupou durante meses. Olhou atentamente os classificados de jornais e, finalmente, encontrou o veículo que desejava. Pronto. O carro está na sua garagem. Mas alguns dias depois aquele seu amigo, que entende tudo de mecânica, dá uma olhadela na lataria e faz a pergunta: "seu carro foi batido?" Bem que você queria ter certeza que não. Mas não tem. A coisa piora ainda mais quando ele aponta para a suspensão do veículo e mostra que ela está torta. O indício é característico de um carro acidentado.       Agora, além do aborrecimento por ter comprado um veículo batido, você vai perder tempo e dinheiro para deixá-lo em ordem. Terá de procurar e negociar com quem o vendeu a você. Veja se ele está na garantia de 90 dias. Embora muita gente não saiba, o Código de Defesa do Consumidor determina que todos os bens adquiridos no país devem ter uma garantia de, no mínimo, 90 dias, inclusive aqueles negociados entre pessoas físicas. Com isso, se houver problema mecânico nesse período, quem fez a venda tem de reparar e, se preciso, substituir as peças danificadas por novas. Uma dor de cabeça que poderia, muito bem, ser evitada. Então, é bom ficar atento e conter o impulso característico de quem se apaixona por um carro e quer comprá-lo a todo custo. O DESTRAN, consultou revendedores, donos de lojas e gerentes das áreas de usados das montadoras para ajudar você a fazer uma boa compra, seja nas feiras, lojas, concessionárias ou até de particulares. A seguir, as sugestões dos especialistas:

 1 Verifique se o carro não é roubado - A possibilidade de comprar um veículo roubado tira o sono de qualquer pessoa. Mas há formas de se livrar do perigo. Primeiro cheque se o carro está em nome de quem o está vendendo. Confira toda a documentação do automóvel: certificado de registro, certificado de licenciamento, Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e seguro obrigatório. E da pessoa que está lhe vendendo: CIC, RG, endereço e telefone, no caso de comprar de um particular. Assim, você elimina as chances de levar um "cabrito" - apelido dado a carro roubado - para casa. Carros roubados geralmente estão em nome de terceiros, e, quando o vendedor passa os documentos para o nome dele, necessariamente teve de receber o sinal verde do Departamento Estadual de Trânsito, Detran. Se a compra for feita em uma loja, não aceite desculpas como: "Não transferimos o carro para o nome da loja porque veículos desse tipo têm uma rotatividade grande e nunca ficam mais do que dois dias expostos".        Outro ponto fundamental é comparar se o número do chassi que vem gravado no motor, nos vidros, etiquetas auto-adesivas e em outros locais confere com o número do certificado de propriedade do carro. Se o carro que você tanto quer não estiver no nome da loja ou da pessoa que estiver lhe vendendo, consulte pessoalmente o serviço do Detran do Estado em que o carro está registrado. Nós aqui do DESTRAN fizemos a consulta, para isso, você precisa fornecer a placa alfanumérico, renavam e chassi.

 2 Veja se o carro tem multas que ainda não foram pagas - Cerca de 30% da frota de carros usados que circulam no Brasil não tem IPVA, seguro obrigatório nem multas de trânsito pagas. E nada mais desagradável do que ir licenciar o carro e se deparar com uma lista de multas que não foram pagas pelo proprietário anterior. Se a compra for feita numa concessionária, a prevenção fica mais fácil. Muitas delas (redes ligadas a General Motors, Ford, VW, Fiat, Peugeot, Citroën e Audi) têm programas específicos para a venda de seminovos - carros com até quatro anos de uso. Elas prometem verificar para você se o veículo tem multa ou está alienado e lhe dar um certificado comprovando que a situação está regularizada. Agora, se você for comprar um carro em lojas sem esses recursos ou de particulares, anote a placa e confira essa informação no Detran. Hoje, as consultas são restritas ao Estado em que o carro está registrado, mas até o final do ano será possível conferir as multas de um veículo em todo o território nacional. Também é essencial pedir um recibo de compra ou declaração de quem está vendendo o carro informando que ele é o responsável pelas multas do veículo até a data da conclusão da venda.

3 Compre somente carros que tenham equipamentos originais de fábrica - Pode até ser que todos os equipamentos, como ar-condicionado e direção hidráulica, colocados no carro pelo antigo dono funcionem em harmonia. Mas, para instalá-los, certamente, foi necessário mexer em todo o veículo e alterar as suas características originais. "Quem compra um usado tem de pensar sempre na sua venda daqui a dois anos", qual será a cotação do automóvel. "E, se os acessórios não são originais de fábrica, haverá uma maior depreciação no seu valor."  Outro cuidado é com o airbag. Se ele foi disparado uma vez, não há possibilidade de recuperação das peças. Embora a maioria dos carros conte com um sistema próprio de leitura do equipamento, muitas vezes esse monitoramento pode ser equivocado. Assim, se a compra não for numa concessionária que faz a checagem, você terá de pagar um mecânico para fazê-lo. Eles cobram entre U$ 40 e U$ 60, dependendo do modelo, para fazer a vistoria. O prejuízo com a compra de um carro com o airbag danificado é grande. Só um kit novo de um Palio, da Fiat, por exemplo, custa cerca de U$ 500. Já o de um modelo Vectra não sai por menos de U$ 2.500.

4 Fuja dos modelos adulterados - Corra do vendedor de carros que diz que um modelo rebaixado, turbinado e com um filme automotivo preto - insul- film - no vidro é a sua cara. Ele, provavelmente, quer lhe passar um veículo que está encalhado na loja. Você pode até gostar de alguns acessórios, mas lembre-se de que esse tipo de alteração dificulta a venda do veículo no futuro. O rebaixamento, especificamente, é sempre um mau sinal. Além de significar que as características originais do carro foram mudadas, pode dar indícios de problemas na sua procedência. Geralmente os adeptos do rebaixamento são jovens que gostam de correr muito e até de disputar rachas. E fazem a modificação para tentar melhorar o desempenho do carro.  Todo veículo transformado e adulterado deve passar por uma Inspeção de Segurança Veicular – Organismo Credenciado pelo INMETRO. Resolução nº 25/98, 63/98, 77/98 e 84/98-CONTRAN. Esta transformação deve consta no campo de observação do CRV/CRLV VEICULADO TRANSFORMADO – CSV nº 000000 

5 Evite comprar modelos de série especial - Os carros de série especial, como os lançados em época de Olimpíadas e Copa do Mundo, não são uma boa opção de compra. Além de serem datados (têm cor e opcionais específicos daquele momento), fazem parte de uma série limitada, o que diminui sua liquidez e aumenta a desvalorização. Enquanto um carro de linha normal desvaloriza, em média, 12% ao ano, os de série especial podem desvalorizar até 15%.

6 Dê preferência aos carros que ainda tenham a garantia de fábrica  - Há montadoras, como a Ford, a GM e a Fiat, que dão até dois anos de garantia para os veículos novos. Mas não são para todos os veículos. Na Ford, por exemplo, têm garantia de dois anos os modelos Ranger, Mondeo, Explorer e F-250. Então, se você encontrar um carro que ainda tenha a garantia de fábrica, dê a ele o seu devido valor. Pois, se ele apresentar problemas na parte mecânica, os seus gastos com conserto serão menores. 

7 Cheque se a quilometragem foi alterada - Carro com o hodômetro modificado é um problema. É realmente difícil identificar quando isso ocorre. Mas há formas de averiguar. Se o painel estiver desalinhado, é sinal de que foi desmontado recentemente para uma possível alteração nos quilômetros percorridos ou, o que é pior, já pode ter batido de frente. Veja se há marcas de chave ou parafusos. Verifique também os pedais - freio, acelerador, embreagem e pneus. Se eles estiverem gastos e o hodômetro marcar 20 000 quilômetros, alguma coisa deve estar errada, não é?  Um outro cuidado é consultar o manual do proprietário. Por meio dele é possível saber por quantas revisões o veículo já passou. O problema é que, muitas vezes, os donos de carros perdem o manual ou não o preenchem direito.

8 Observe atenciosamente a parte externa - Procure examinar o veículo durante o dia. Só assim será possível detectar retoques, defeitos, riscos ou manchas na pintura e até diferenças de cor entre uma parte e outra. Tudo pode ser indício de que o carro já foi batido. Muitos vendedores mostram o carro molhado ou bem polido para disfarçar defeitos na lataria. Observe se há ondulações ou pequenos amassados. Veja também as quinas do capô. Respingos de tinta nas borrachas e no motor, por exemplo, são uma pista de que o carro foi pintado recentemente, o que indica um veículo acidentado.

A lataria revela outros segredos. Para identificar se uma parte do carro foi consertada com massa plástica, por exemplo, passe um ímã enrolado numa flanela por toda a superfície. Caso ele se desprenda em uma determinada região, a resposta é positiva. Não se esqueça de olhar a suspensão. Olhe também a parte traseira. Se estiver desalinhada, com certeza o veículo foi batido. Abra o capô e dê uma olhada no motor. Para avaliar o funcionamento dele, ouça o barulho. Motores que necessitam de retificação possuem um barulho característico. Lembre-se de que motor, câmbio e outras partes do veículo têm uma garantia de, no mínimo, 90 dias. Também tenha cuidado com o sistema de refrigeração. O líquido visível no depósito de água não deve apresentar sinais de ferrugem nem aspecto oleoso. Os tubos de borracha também não podem estar rachados, ressecados ou quebrados.

9 Fuja dos leilões - Comprar em leilões não é para qualquer um, só para experts no assunto. O preço é até competitivo. Às vezes há uma diferença de até U$ 1 000, se comparado ao preço encontrado nas lojas e com particulares. Mas, na maioria das vezes, não compensa, pois o carro nem sempre é vendido em bom estado. E a economia inicial pode acabar empatando com o gasto que você vai ter para fazer o conserto. Você também não pode testar o veículo. A única coisa que pode fazer é ir um dia antes da data do leilão e olhá-lo por todos os ângulos, mas é arriscado. Os carros também não têm garantia.

10 Compare os preços - Os preços de carros usados apresentam grande variação. Por isso, pesquise bem antes de comprar. Veja nos jornais, nas revistas especializadas e na Internet. Se for comprar de um particular, dê atenção aos anúncios dos jornais de grande circulação. A edição de domingo, que tem os melhores classificados, costuma chegar às bancas aos sábados à tarde. Compre no próprio sábado, separe o que lhe interessa e faça as ligações necessárias no mesmo dia.

 

Segundo especialistas, os melhores negócios são fechados até as 9 horas da manhã do domingo. Mas cuidado com os anúncios muito tentadores - bom preço e procedência garantida. Eles podem ser uma armadilha, ainda mais se no anúncio estiver um número de conta para você depositar o sinal. Nunca dê dinheiro antes de ver o veículo. A Internet também é uma boa ferramenta para consultar valores. Você encontra Sites que oferecem vendas de carros usados de todas as marcas e em todos os  Estados do Brasil. Você digita o modelo do carro que está procurando, o ano e a marca. O resultado apresenta os veículos, os preços e fornece o nome da loja ou vendedor particular e o prazo para a entrega do carro. Importante: não feche o negócio sem antes ver e avaliar o carro


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