Jurisprudência
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AÇÃO DE ALIMENTOS - PENSÃO ALIMENTÍCIA - FIXAÇÃO A PARTIR DA
SENTENÇA, CONSIDERANDO QUE A AÇÃO NÃO VISAVA À DECLARAÇÃO DE
PATERNIDADE - TRÂNSITO EM JULGADO - EXECUÇÃO - PRETENSÃO DO
ALIMENTANDO, EXEQÜENTE, DE RETROAÇÃO DOS ALIMENTOS ATÉ A DATA DA CITAÇÃO
- INADMISSIBILIDADE - QUESTÃO DECIDIDA NA AÇÃO PRINCIPAL -
IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO AGORA, NO PROCESSO EXECUTÓRIO - Quando a
sentença de mérito transita em julgado - isto é, quando já não se
pode impugnar mediante recurso - torna-se imutável a norma jurídica
concreta nela contida, enquanto norma reguladora da situação apreciada
(J.C. Barbosa Moreira, in "O Novo Processo Civil Brasileiro", 16ª
ed. Forense, p. 03). (TJPR - AI 44.473-1 - Ac. 12.348 - 2ª C. Cív. -
Rel. Des. Ronald Accioly -
J. 10.04.96) AÇÃO DE CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO EM DIVÓRCIO JULGADA PROCEDENTE
- Expedição de mandado de averbação constando que a mulher voltaria a
usar o nome de solteira, quando nada a respeito constou da sentença. Hipótese
de erro manifesto, qua a qualquer tempo podia ser corrigido, o que a decisão
recorrida, acertadamente providenciou. (TJSP - AI 11.942-4/9 - 9ª Câm.
Dir. Priv. - Rel. Des. Ricardo Feitosa - J. 04.06.1996) (AASP 1972/321) AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO, CUMULADA COM PEDIDOS DE REDUÇÃO DE
ALIMENTOS (ACORDADOS EM AÇÃO PRÓPRIA) E DE REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO
DE VISITAS AOS FILHOS - RECONVENÇÃO - PLEITEANDO A CONVERSÃO DA SEPARAÇÃO
JUDICIAL EM DIVÓRCIO E A PERDA DO PÁTRIO PODER - ARTS. 226, § 6º, DA
CONST. FEDERAL E 385 INC. II DO CÓDIGO CIVIL - Mesmo tendo deixado de
pagar alimentos anteriormente pactuados e sido o responsável pela separação
judicialmente decretada, o cônjuge dispõe da ação de divórcio direto
prevista no referido dispositivo da Carta Magna. Para a procedência do
pedido dessa ação, basta ao autor demonstrar a ocorrência da separação
de fato voluntária por mais de dois anos. Diante de sua propositura, não
é admissível ao réu intentar demanda, inclusive mediante reconvenção,
com o objetivo de converter a separação judicial em divórcio. Contudo,
é lícito ao demandado reconvir, postulando a perda do pátrio poder
relativamente ao outro cônjuge, e a postulação merece acolhida quando
se comprova que este abandona moral e materialmente os filhos menores. (TJPR
- AC 33.587-3 - 3ª C. Cív. - Rel. Des. Trotta Telles - DJPR 02.04.96) AÇÃO DE REDUÇÃO DE PENSÃO - Elevação substancial dos
proventos de militar inativo, por força de lei posterior majorando, por
conseqüência, o piso da pensão não enseja mudança de fortuna capaz de
autorizar a alteração da prestação alimentícia. Embargos acolhidos. (TJRS
- EI 595.131.111 - 4º G C. Civ. - Rel. Des. Léo Afonso Einloft Pereira -
J 08.03.96) AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXISTÊNCIA DE SOCIEDADE DE FATO CUMULADA A
ANULAÇÃO DE PARTILHA HOMOLOGADA EM ARROLAMENTO RESTRITO AOS SUCESSORES
DA "DE CUJUS" - Inocorre a prescrição decretada "a quo",
porquanto de cunho pessoal a ação, de estranho à ordem sucessória e ao
espólio, remanesce-lhe o prazo vintenário, arts. 177, 179 CC. e 472, CPC.
de igual ausente aventado cerceamento eis que resignadamente cometido a
parte compete trazer documento particular, finalizando o tema não
especificado à oportunidade própria. Sentença conforme aos elementos
colhidos na instrução, quando concluiu pelo simples concubinato, mas
indemonstrada contribuição do apelante à aquisição, base material em
que se assenta a sociedade de fato, aos fins da súmula 380 - STF -
suscitação nulitária sentencial por cerceamento afastada e provimento
parcial para excluir a prescrição ânua - sucumbência mantida. (TAPR -
AC. 90.889-8 - 7º C. Cív. - Rel. Juiz Arno Knoer - DJE 03.09.96) AÇÃO ORDINÁRIA - SONEGAÇÃO DE BENS EM PARTILHA DECORRENTE DE
SEPARAÇÃO JUDICIAL - APELANTE QUE REQUER O DIREITO DE MEAÇÃO NA PARTE
IDEAL E BENFEITORIAS QUE CABEM AO APELADO EM IMÓVEL RURAL POR HERANÇA -
SENTENÇA QUE JULGA A APELANTE CARECEDORA DA AÇÃO E EXTINGUE O PROCESSO,
POR ENTENDER QUE A DECISÃO QUE DECRETOU A SEPARAÇÃO DAS PARTES E
HOMOLOGOU A PARTILHA TORNOU-SE IMUTÁVEL, IMPONDO-SE PRÉVIA ANULAÇÃO DA
PARTILHA - VIOLAÇÃO AO DISPOSTO NO ART. 1.040, I, CPC - À apelante
assiste o direito de requerer sobrepartilha dos direitos hereditários
sonegados. Contudo, em havendo controvérsia sobre a sua existência, o
que ressalta da contestação apresentada, resultaria em que o
procedimento da sobrepartilha deveria ser suspenso até solução, pela
vias próprias, da matéria, que é de alta indagação, o que se daria
por ação própria. Como esta ação já está proposta e é a presente,
deve esta ser decidida e, se reconhecida a existência dos direitos
hereditários, proceder-se-á, em seguida a sobrepartilha, sem necessidade
de anulação da partilha, como, equivocadamente, decidiu-se no juízo
monocrático. Apelação provida. Sentença cassada. (TJDF - AC 34.364
- DF - 3ª T. - Rel. Des. Campos Amaral - DJU 26.04.95) AÇÃO ORDINÁRIA DE DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO - CONCUBINATO
- PEDIDO JULGADO PROCEDENTE - APELAÇÃO - O simples concubinato não
autoriza, por si só, a divisão de bens entre os concubinos. Para tanto,
necessário se faz que seja comprovado, por parte do que pretende a divisão
que efetivamente contribuiu para a formação do patrimônio tendo havido
sociedade de fato. "A vida em comum, more uxorio, implica a presunção
de que o patrimônio adquirido, durante a existência de sociedade de fato
entre os concubinos, resulta do esforço comum. Predomina, entretanto, a
opinião de que, para incidência da Súmula nº 380, do STF, é mister
comprove o concubino que, efetivamente, contribuiu para a formação do
patrimônio, cuja partilha pretenda" (in RTJ, vol. 93, pág. 440). (TJSC - AC 48.867
- Rel. Des. Wilson Guarany - DJU 20.10.95) AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO INDEFERITÓRIA DE REQUISIÇÃO DE
EXTRATOS DE CONTA CORRENTE DE MENOR - PRESTAÇÃO DE CONTAS - FILHO SOB A
GUARDA DA GENITORA - 1. O pedido feito pelo pai, de requisição de
extratos de conta bancária de filho menor sob a guarda da mãe, constitui
providência equiparável à prestação de contas. 02. O genitor que tem
sob sua guarda e responsabilidade o filho menor não está sujeito à
prestação de contas, somente imposta ao autor (CC, art. 434). (TJDF - AI 4272 - DF - (Reg. Ac. 79.269) - 5ª T - Rel. Des. José D. Meireles - DJU 18.10.95) AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE DEFERIU A GUARDA PROVISÓRIA
DAS FILHAS AO PAI - IRRESIGNAÇÃO DA MÃE - PREVALÊNCIA DOS INTERESSES
DAS MENORES - DESPACHO MANTIDO - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO -
"Quando a guarda é requerida no pressuposto de uma preexistente
separação de fato, a tendência é manterem-se as coisas como estão, até
que se dissolva a sociedade através de separação judicial. Não se
trata, porém, de regra absoluta, pois o princípio a ser observado, na
guarda do filho menor, estando o casal separado de fato, é da prevalência
do interesse do menor; havendo conflito entre os genitores, o juiz decidirá
tendo em vista as circunstâncias de cada caso e sempre no interesse
daquele, que preponderará em qualquer hipótese; daí o largo arbítrio
de que dispõe os tribunais para estabelecer o que julgar mais acertado em
proveito dos menores." (YUSSEF SAID CAHALI) (TJSC - AC 96.000621-4 - 1ª C. Cív. - Rel. Des. Orli Rodrigues - J. 20.08.96) ALIENAÇÃO JUDICIAL - Coisa comum. Requerimento por ex-cônjuge.
Inadmissibilidade. Acolhimento que expressaria vulneração ao que restou
homologado quando da separação. Imóvel destinado à morada da ex-mulher
e de sua filha. Direito de propriedade que deverá coexistir com o
atendimento da função social. Art. 5º, XXII, da CF. Existência,
ademais, de outros imóveis que integram o patrimônio. (TJSP - AC
220.611-2 - 19ª C. - Rel. Des. Telles Corrêa - J. 09.05.94) (RJTJESP
160/12) ALIMENTOS - COMPANHEIRA DE HOMEM CASADO - ADMISSIBILIDADE, EM TESE -
INDEFERIMENTO PELA NÃO COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE - Não obstante o
contido no artigo 1º da Lei nº 8.971/94, se restar comprovado que o(a)
companheiro(a) casado(a) estava separado(a) de fato, quando da vigência
da união estável e, preenchidos os demais requisitos a amparar a concessão
de alimentos, podem eles ser concedidos em favor do outro companheiro. In
casu, não demonstrada a necessidade por parte da companheira, não faz
jus ela aos alimentos. (TJRS - AI. 595.112.087 - 8ª C. Civ. - Rel. Des.
Eliseu Gomes Torres - J. 14.09.95) ALIMENTOS - Dispensa pela varoa. Acordo em separação judicial.
Revisão. Alteração na situação econômico-financeira. Necessidade de
prova cabal. Possibilidade jurídica do pedido. Se a varoa, quando do
acordo de separação judicial, dispensou os alimentos porque tinha
recursos suficientes para a sua manutenção e se, após a separação
judicial, ocorreram mudanças em sua situação econômico-financeira,
vindo deles necessitar, pode ela, agora, pleiteá-los; porém, nesse caso
especialíssimo, necessário se faz comprovar cabalmente aquelas circunstâncias
extraordinárias que alteraram a situação anterior, presentes os demais
requisitos legais que serão objeto de apreciação pela prova produzida
no processo, dando-se pela possibilidade jurídica do pedido. (TJMG - AC
86.411/2 - 2ª C - Rel. Des. Walter Veado - J. 11.02.92) (JM 117/126) ALIMENTOS - DIVÓRCIO CONSENSUAL - DISPENSA DA PENSÃO -
IMPOSSIBILIDADE DE REQUERER ALIMENTOS, APÓS DISSOLVIDO O VÍNCULO
MATRIMONIAL - Os direitos e deveres entre cônjuges divorciados,
decorrentes do casamento, só prevalecem por exceção, como resíduos da
relação conjugal já dissolvida. Assim, se quando do divórcio, a mulher
dispensou a pensão alimentícia, não poderá, após rompido o vínculo
conjugal, pleitear a pensão do ex-cônjuge, não subsistindo nenhum dever
entre eles. (TJPR - AC 37.645-6 - Ac. 10.979 - 1ª C. Civ. - Rel. Des.
Maranhão de Loyola - J. 21.03.95) ALIMENTOS - EXONERAÇÃO FUNDADA NA LIBERDADE SEXUAL DA MULHER -
Dispensada face à separação judicial, o dever de recíproca fidelidade,
o discreto relacionamento sexual da mulher não impõe a perda da prestação
alimentar. (TJRS - AC 500.398.839 - 2ª C - Rel. Des. José Barison) (RJ 106/147). ALIMENTOS - MULHER SEPARADA JUDICIALMENTE - Não é defeso à autora
pleitear alimentos, eis que estes foram dispensados por ocasião da separação
judicial, naquele momento. Todavia, não provados os requisitos
autorizadores - necessidade, modificação na fortuna, etc. - a improcedência
da ação se impunha. Apelo improvido. (TJRS - AC 595.134.594 - 8ª C. Civ.
- Rel. Des. Eliseu Gomes Torres - J. 16.11.95) ALIMENTOS - PEDIDO DE REVISÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA - ALEGAÇÃO
DE REDUÇÃO NA FORTUNA DO ALIMENTANTE - ART - 401 DO CÓDIGO CIVIL - ART
- 13, § 2º DA LEI DE ALIMENTOS (LEI Nº 5.478/68) - AUSÊNCIA DE PROVAS
DA IMPOSSIBILIDADE - SENTENÇA QUE JULGOU IMPROCEDENTE, CONFIRMADA - Para
que seja acolhido o pedido de revisão da pensão alimentícia, deve ser
provada a modificação das condições econômicas dos interessados. O
alimentante não conseguiu comprovar a redução das necessidades do
alimentando e o depauperamento de suas condições econômicas. (TJPR - AC
35.007-8 - Ac. 11.303 - 2ª C. Civ. - Rel. Des. Negi Calixto - J 31.05.95) ALIMENTOS - Pensão alimentícia. Eventual falta de pagamento.
Exoneração das parcelas atrasadas inadmissível. Sujeição apenas a
prescrição preceituada no art. 178, § 10, I e IV, do CC. (TJSP - Ap.
229.758-1/2 - 6ª C - Rel. Des. Ernani de Paiva - J. 22.12.94) (RT
716/167) ALIMENTOS - Pensão alimentícia. Redução pretendida em face da
constituição concubinária de nova família, com prole, pelo
alimentante. Admissibilidade. Circunstância que, notoriamente, implica a
redução de sua capacidade financeira. Impossibilidade de distinção
entre os filhos havidos do casamento e dos advindos de outra relação. (TJMS
- Ap. 28.054-6 (segredo de justiça) - 1ª T - Rel. Des. Josué de
Oliveira - J. 17.12.91) (RT 679/173) ALIMENTOS - REVISÃO - Não se presta à alteração de cláusula,
em separação judicial, relativa a pensão alimentar que não fundada; em
modificação da fortuna dos interessados. A alegação de captação
dolosa de vontade refoge dos lindes do art. 400 do CC, devendo ser
perseguida em ação própria. (TJRS - AC
595.058.413 - 7ª C. Civ. - Rel. Des. Waldemar L. de Freitas Filho - J 22.11.95) ALIMENTOS - Revisional com pedido de antecipação de tutela (art.
273, CPC) - Pensão inicialmente acordada em 20% do salário do
alimentante - Demissão deste do emprego e vínculo laboral a posteriori
firmado com a atual companheira proprietária de casa comercial - Fixação
em cinco salários mínimos - Irresignação porque irrisório o atual salário
do alimentante enquanto a ex-mulher exerce atividade remunerada - Prole
resultante da nova união do devedor - Redução do valor da prestação
alimentícia para um salário mínimo provisoriamente - Pressupostos para
a concessão da tutela satisfeitos em parte - Agravo provido parcialmente
- (TJSC - AI 96.009085-1 - 4ª C. Cív. - Rel. Des. Alcides Aguiar J.
10.04.97) ALIMENTOS - SEPARAÇÃO JUDICIAL - RENÚNCIA - É valida e eficaz a
clásula de renúncia a alimentos, em separação judicial, não podendo o
cônjuge renunciante voltar a pleitear seja pensionado. (STJ - REsp
37.151-1 - SP - 3ª T. - Rel. Min. Eduardo
Ribeiro - DJU 27.06.94) ALIMENTOS PROVISÓRIOS - FIXAÇÃO EM SEPARAÇÃO JUDICIAL -
INADMISSIBILIDADE - NOVO CPC QUE IMPEDE A APLICAÇÃO DO ART. 4º DA L.
5.478, DE 1968 - Enquanto na ação de separação judicial a disputa
conjugal se processa em rito ordinário, os alimentos provisórios devem
ser pleiteados em processo sumário, decididos através de cautelar
incidente (L. 5.478, de 1968). (TJSP - AI 247.388-1 - 3ª C - Rel. Des.
Pires de Araújo - J. 04.04.96). (RJTJESP 170/188). ANULAÇÃO DE CASAMENTO - CC, arts. 218 a 222, e CPC, arts. 274 e
275. Provada a impotentia coeundi do marido, bem assim a virgindade da
mulher, autora da ação, impõe-se a anulação do casamento. Sentença
confirmada. (TJBA - DGJ 18/84 - 3ª C - Rel. Des. Júlio Batista Neves -
J. 20.07.90) (RJ 162/81) ANULAÇÃO DE CASAMENTO - ERRO ESSENCIAL - MORTE DE UM DOS CÔNJUGES
- PROSSEGUIMENTO DO FEITO PELOS HERDEIROS - A ação de anulação de
casamento por erro de pessoa só pode promovida pelo cônjuge enganado,
mas, uma vez ajuizada, é lícito aos herdeiros prosseguirem no feito, no
caso de morte de um dos consortes. (TJMG - AC 65.375 - 3ª CC - Rel. Des.
Sálvio de Figueiredo Teixeira) (RJ 112/267). ANULAÇÃO DE CASAMENTO - Erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge.
Ação personalíssima. Impossibilidade de ser manejada por terceiros. A ação
de anulação de casamento por erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge,
por ser ação de natureza personalíssima, não pode ser manejada por
terceiros, nem mesmo pelo filho. Se ocorrer a morte de qualquer um dos cônjuges,
o manejo da ação fica totalmente obstaculizado, não podendo ser
proposta nem pelos herdeiros do cônjuge enganado, nem este poderá propô-la
contra os herdeiros do que deu causa ao erro. (TJMG - AC 8.421/0 - 1ª C -
Rel. Des. Antônio Hélio Silva - J. 26.04.94) ANULAÇÃO DE CASAMENTO - Erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge.
Mulher que tinha comportamento sexual promíscuo e ignorado do seu
parceiro, muito mais velho que ela e com quem veio a se casar.
Comportamento que se evidenciou ao aparecer ela grávida dois meses após
o casamento, certa a impotentia generandi do marido. Interpretação do
art. 219 do CC. Negatória de paternidade. Filho adulterino a matre.
Registro de nascimento feito pela mãe, declarando o marido como pai da
criança. Marido portador de impotentia generandi, tornando certa a
impossibilidade da paternidade que lhe foi atribuída, tal como se
confirmou em prova pericial. Presunção de paternidade que não pode
prevalecer e que não encontra limite temporal para a sua contestação. (TJRJ - AC 3.767/90 - 2ª C . - Rel. Juiz Murilo Fábregas - DJ 18.06.91) (RJ 175/61) ANULAÇÃO DE CASAMENTO - ERRO ESSENCIAL SOBRE A PESSOA DO OUTRO CÔNJUGE
- COMPROVAÇÃO - SENTENÇA EM REEXAME CONFIRMADA - Comprovado que, por
ocasião do casamento, a mulher ignorava que o marido tinha um filho
havido de relações sexuais com outra mulher, resulta caracterizado o
erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge que justifica a anulação
do casamento. (TJSC - AC 20.686 - 3ª C - Rel. Des. Nelson Konrad) (RJ
111/301). ANULAÇÃO DE CASAMENTO - IMPOTENTIA COEUNDI - ERRO ESSENCIAL - A
impotência instrumental coeundi do cônjuge-varão, desconhecida e
anterior ao casamento, caracteriza erro essencial sobre a pessoa do
marido. Assim, constatado que a mulher se encontrava virgem, inobstante a
vida em comum mantida pelo casal há quase dois anos, caracterizado está
o defeito físico irremediável, autorizando a anulação do casamento, ex
vi dos arts. 219, III, e 220 do CC, porque frustrada a realização dos
fins do matrimônio, tornando insustentável a união. (TJMG - AC 67.299 -
4ª C - Rel. Des. Vaz de Mello) (JM 95/96 138). ANULAÇÃO DE CASAMENTO - Impotentia coeundi. Procedência do
pedido. A impotência psíquica é causa para a anulação do casamento. (TJPR
- RN 60/89 - 2ª C - Rel. Des. Negi Calixto - J. 07.02.90) (RJ 154/89) APELAÇÃO - PARTILHA - SEPARAÇÃO - BEM ADQUIRIDO EM SUB-ROGAÇÃO
- No regime da comunhão parcial, são excluídos os bens adquiridos na
constância do casamento, por sub-rogação de outro permutado por uma das
partes - art. 269, II do Código Civil. (TJDF - CC 42.507/96 - 4ª T. -
Rel. Des. Evererds Mota e Matos - DJU 30.04.97) APELAÇÃO - PARTILHA - SEPARAÇÃO - BEM ADQUIRIDO EM SUB-ROGAÇÃO
- No regime da comunhão parcial, são excluídos os bens adquiridos na
constância do casamento, por sub-rogação de outro permutado por uma das
partes - art. 269, II do Código Civil. (TJDF - CC 42.507/96 - 4ª T. -
Rel. Des. Evererds Mota e Matos - DJU 30.04.97) AVAL. - INTERPRETAÇÃO. - DESCABIMENTO - MÚTUO. AVAL. CONTRATO DE
REPASSE DE EMPRÉSTIMO. AVAL. FIANÇA. - CONCEITO. EFEITOS. - INTERPRETAÇÃO
EXTENSIVA. DESCABIMENTO. - OUTORGA UXÓRIA. ASSINATURA. INTERPRETAÇÃO.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. CUSTAS PROCESSUAIS. DIVISÃO. - EXECUÇÃO.
GARANTIA LANÇADA EM CONTATO DE MÚTUO. Assinaturas lançadas em contrato
denominado de "contrato de empréstimo garantido por aval" não
configuram aval, visto que este só se viabiliza em títulos de credito,
sem equiparação a qualquer escrito em contratos de direi to comum.
Casados os avalistas, outrossim, sem qualquer validade aquelas firmas como
Fiança, ausente outorga uxória. Ônus da sucumbência. Tendo sido, o
apelante, vencedor e vencido, correta a sentença no distribuir entre as
partes os ônus da Sucumbência, nos termos do art-21 do CPC. (TARS - APC 196.001.960 - 2ª CCiv. - Rel. Juiz Jorge Luis Dall'Agnol - J.
26.03.1996) BENS RESERVADOS - Ocorrência. Aquisição pela mulher com o produto
de seu trabalho. Incomunicabilidade. Aplicação dos arts. 246 e 263, XII,
do CC. Irrelevância de ser a comunhão universal o regime de bens do
casamento, em face da ausência de pacto antenupcial. Embargos recebidos.
O bem reservado é de propriedade da mulher, que dele tem a livre
administração e disposição, ainda que o casamento tenha se realizado
pelo regime da comunhão. (TJSP - EI 144.226-2 - 11ª C. - Rel. Des. Gildo
dos Santos - J. 18.11.93) (RJTJESP 150/195). CASAMENTO - Ação de anulação. Erro essencial quanto à pessoa do
outro cônjuge. Alegação de impotentia coeundi. Descaracterização. Cônjuge
que se interessa somente pelo coito anal, não praticando sexo normal.
Fato que, por si só, não traduz incapacidade instrumental para o
congresso carnal, mas pode configurar injúria grave a ser aferida em
outra ação. (TJSP - Ap. 160.497-1/9 (SJ) - 4ª C de Férias
"c" - Rel. Des. Ney Almada - J.
09.01.92) (RT 678/86) CASAMENTO - ANULAÇÃO - Erro essencial. Homossexualidade do marido.
Desconhecimento pela esposa. Fato não controvertido e confessado, não
necessitando de maior contingente probatório. Insuportabilidade da vida
em comum caracterizada. Art. 219, I, do CC. (TJSP - AC 108.043-1 - 8ª C - Rel. Des.
Jorge Almeida - J. 10.05.89) (RJTJESP 120/39). CASAMENTO - Anulação. Erro essencial. Varão estelionatário. Ausência
da vontade de contrair núpcias. Simples artifício para se apossar dos
bens da esposa. Posterior desaparecimento. Sentença confirmada. (TJSP -
AC 196.295-1 - 8ª C. Férias F - Rel. Des. Fonseca Tavares - J. 24.02.94)
(RJTJESP 156/21) CASAMENTO - Anulação. Impotentia coeundi. Causa psicológica e pré-desconhecida
pela mulher. Estado de virgindade desta. Conjunto probatório que supre as
falhas do laudo médico. Ação procedente. Recurso não provido. Voto
vencido. (TJSP - AC 85.637-1 - 6ª C - Rel. desig. Des. Munhoz Soares - J.
22.02.94) (RJTJESP 160/21) CASAMENTO - AQÜESTOS - REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS - Comunicam-se
os aqüestos no casamento sob o regime legal de separação de bens,
quando não há cláusula contratual em contrário. É de lei que embora o
regime não seja o da comunhão de bens, prevalecerão, no silêncio do
contrato, os princípios dela quanto à comunicação dos adquiridos na
constância do casamento - art. 259 do CC. É certo que há divergência
entre os doutrinadores quanto à aplicação deste dispositivo do CC ao
regime da separação que não resulte de contrato e sim do imperativo
legal, no entanto prevalece a opinião dos que entendem ser imperativa a
sua aplicação a qualquer das hipóteses de regime do casamento. Não há
razão para que os bens fiquem pertencendo exclusivamente a um dos cônjuges
desde que representem trabalho e economia de ambos. É a conseqüência
que se extrai do art. 1.276 do CC, referente às sociedades civis e
extensiva às sociedades de fato ou comunhão do interesse. A súmula 377
do STF estatui verbis: No regime de separação de bens, comunicam-se os
adquiridos na constância do casamento. (TJRJ - AC 2.274/87 - 6ª C. -
Rel. Des. Hilário Alencar) CASAMENTO - Comunhão universal de bens. Cônjuges separados de
fato, vivendo um deles em concubinato. Patrimônio adquirido durante relação
concubinária tido como "reservado", não podendo ser partilhado
com o outro cônjuge, ainda que proveniente de loteria esportiva. (TJSP -
Ap. 147.634-1/0 - 3ª C - Rel. Des. Silvério Ribeiro - J. 24.09.91) (RT
674/111) CASAMENTO - Habilitação anterior à vigência da Lei 6.515/77.
Regime legal de bens. Comunhão universal. Declaração de vontade dos
noivos. Realização do matrimônio na vigência da Lei 6.515/77. Ausência de
pacto antenupcial. Prevalência
de regime optado pelos nubentes. Aplicação do art. 85 do CC. Se ao tempo
da habilitação para o casamento, vigorava, como regime legal de bens, o
da comunhão universal, sendo este o escolhido pelos nubentes,
realizando-se o casamento, entretanto, na vigência da Lei 6.515/77, que
modificou o art. 258 do CC, deve prevalecer, nesse caso, o regime optado
pelos noivos, ou seja, o da comunhão universal, mesmo não existindo
pacto antenupcial, entendimento que se harmoniza com o art. 85 do CC. (TJMG
- Ac 5.730/7 - 4ª C. - Rel. Des. Monteiro de Barros - J. 13.05.93) (JM
122/157) CASAMENTO - INTERDIÇÃO - SUPRIMENTO JUDICIAL DE CONSENTIMENTO PARA
CASAR - 1. Desnecessidade de dar vista sobre documento que evidentemente
é conhecido de ambas as partes. Impossibilidade jurídica e
prescindibilidade probatória de o Tribunal ordenar perícia para saber se
o interdito está ou não em condições de consentir no seu casamento.
Razões pelas quais se rejeitam preliminares postas pela Procuradoria de
Justiça. 2. Posição doutrinária adversa à admissão de casamento do
incapaz de consentir, mesmo que haja concordância de seu curador, que não
sucedeu no caso. Oposição do curador que se mostra injustificada,
cabendo o suprimento judicial de consentimento. Peculiaridades do caso
concreto que torna lícito permitir o casamento do interdita do por doença
mental, pois em união estável prolongada com a pessoa com a qual quer
casar, em companhia da qual melhorou mentalmente. Da união estável, de
qualquer forma, em face da Lei nº 8.971/94, resultam os efeitos básicos
do casamento. Além disto, a negativa para o casamento poderia piorar as
condições psíquicas do interdito. Pareceres do Ministério Público
neste sentido. Sentença confirmada. (TJRS - AC 595.145.756 - 8ª C. Civ.
- Rel. Des. Sérgio Gischkow Pereira - J. 22.02.96) CASAMENTO - Menor grávida. Suprimento do impedimento de idade.
Provas. Alvará. Consumação do matrimônio. Em processo de suprimento do
impedimento de idade para fins de casamento, nos termos do art. 214 do CC,
a sedução deve ser comprovada, e quando requerido apenas pelo pai da vítima,
o pedido deve vir acompanhado de uma declaração de consentimento do
sedutor ou ser ele ouvido no processo, não só para melhor esclarecer o
fato, mas também para demonstrar a certeza de sua anuência ao casamento,
que deve ser realizado para salvaguardar a moral, a honestidade e no
interesse da possível prole e não apenas com o objetivo de isentar-se, o
sedutor, da punibilidade. (TJMG - AC 82.474/2 - 2ª C - Rel. Des. Rubens
Xavier Ferreira - J. 05.06.90) (JM 112/211) (RJ 173/76) CASAMENTO - NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA DE VONTADE LIVRE - COAÇÃO
EXERCIDA PARA FORÇAR SUA CELEBRAÇÃO - ANULAÇÃO - COABITAÇÃO - NÃO
DESNATURAÇÃO DA COAÇÃO - Constituindo o casamento uma das formas de
manifestação de contrato civil mais sérias e solenes, não pode
prescindir de uma clara e definida vontade livre para a sua celebração,
devendo ser anulado, portanto, quando restar comprovada a ocorrência de
coação para forçar a sua realização. A circunstância de o casal
haver coabitado por cerca de 45 dias, como marido e mulher, não desnatura
a coação e nem lhe retira os efeitos previstos em lei, já que não
traduz tal coabitação, acomodação ou assentimento ao casamento, cuja
validade só poderia ser questionada após haver cessado o temor. (TJMG -
AC 69.075 - 2ª C. - Rel. Des. Lellis Santiago) (JM 95-96/158). CASAMENTO - NULIDADE - INFRINGÊNCIA DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 207 E
183, VI, DO CÓDIGO CIVIL - Putatividade do casamento. Efeitos civis em
relação ao cônjuge mulher, em decorrência de sua boa-fé (cf. parágrafo
único do art. 221 do CC), pois ignorava o estado civil do separado
judicialmente (consensual). Inexistência de prova de que a autora da ação
de nulidade do casamento já tivesse conhecimento do estado civil do
marido. (TJRJ - AC nº 5.914/92 - 2ª C - Rel. J.D. Subst. Des. Paulo Sérgio
Fabião - DJ 11.01.94) CASAMENTO - PACTO ANTENUPCIAL EM QUE OS NUBENTES ADOTARAM O REGIME
DE ABSOLUTA SEPARAÇÃO DE BENS - Estipulada expressamente na convenção
antenupcial a separação absoluta, não se comunicam os bens adquiridos
depois do casamento (aqüestos). A separação pura é incompatível com a
superveniência de uma sociedade de fato entre marido e mulher dentro do
lar. Ela pode existir fora do lar, mas somente pode ser comprovada e
reconhecida em ação própria. Interpretação dos arts. 256 e 259 do CC.
(STJ - REsp 2.541-0 - SP - 4ª T - Rel. Min.
Antonio Torreão Braz - DJU 06.03.95) CASAMENTO - Processo de habilitação. Nome. Não adoção pela
mulher de todos os sobrenomes do marido. Admissibilidade. Correição
indeferida. Inteligência do art. 240, parágrafo único, do CC. A melhor
interpretação do parágrafo único do art. 240 do CC, em sua atual redação,
é a de que a nubente pode acrescer algum ou todos os elementos do
sobrenome do marido. Outrossim, não há impedimento a que ela reduza seu
próprio sobrenome para que o novo não fique muito longo. (TJSP - C.
Parcial 33.588-1 - (SJ) 3ª C - Rel. Des. Rodrigues Porto) (RT 577/119). CASAMENTO - REGIME DE BENS - PACTO ANTENUPCIAL - A escritura pública
é da substância do ato. Uma vez celebrado perante o notário, só pode
ser alterada ou revogada, por outra escritura pública, anterior ao
casamento. Se no termo de casamento figurar outro regime de bens que não
o convencionado, prevalece o do pacto antenupcial, mesmo que os nubentes
concordem com a prevalência de regime diverso do convencionado. (TJRJ -
AC 4.946/92 - 1ª C. - Rel. Des. Martinho Campos - DJ 24.09.93) (RJ
200/77) CASAMENTO - Regime de bens. Comunhão universal. Regime que vigorava
ao tempo da habilitação e escolhido pelos nubentes. Matrimônio
realizado na vigência da Lei 6.515/77, que modificou o art. 258 do CC.
Prevalência do regime optado pelos noivos, ainda que inexistente pacto
antenupcial. Inteligência do art. 85 do CC. (TJMG - Ap. 5.730/7 - 4ª C.
- Rel. Des. Monteiro de Barros - J. 13.08.93) (RT 704/171) CASAMENTO - Regime de bens. Comunhão universal. Separação de fato
do casal, passando o marido a viver em concubinato com outra mulher.
Valores por este recebido em decorrência de desapropriação do bem
comum. Ação de cobrança proposta pela ex-mulher relativa a tais
valores. Admissibilidade. Regra do art. 292 do CC que estabelece a
comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas
passivas, na hipótese, tornada parcialmente ineficaz. Dilapidação do
patrimônio que significou ato ilícito a teor do art. 159 do CC. (TJSP -
Ap. 218.270-2/3 - 11ª C - Rel. Des. Itamar Gaino - J. 02.12.93) (RT
703/82). CASAMENTO - REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS - DIREITO AO USO
DESTES - A comunhão resultante do matrimônio difere do condomínio
propriamente dito, porque nela os bens formam a propriedade de mão comum,
cujos titulares são ambos os cônjuges. Cessada a comunhão universal
pela separação judicial, o patrimônio comum subsiste enquanto não
operada a partilha, de modo que um dos consortes não pode exigir do
outro, que estiver na posse de determinado imóvel, a parte que
corresponderia à metade da renda de um presumido aluguel, eis que essa
posse, por princípio de direito de família, ele exerce ex proprio jure.
( STJ - RE nº 3.710-0 - RS - Rel. Min. Antônio Torreão Braz - DJU
28.08.95) CASAMENTO - Regime de separação obrigatório de bens. Doação à
cônjuge. Nulidade. Ofensa aos arts 226, 230 e 312 do CC. Somente são
permitidas doações entre cônjuges, seja antes, seja após o casamento,
se a tanto não se opõe o regime matrimonial. Em se tratando de regime de
separação obrigatória, nula será a liberalidade por força do que dispõem
os arts. 226, 230 e 312 do CC. (TJSP - Ap. 215.951-1/6 - 6ª C - Rel. Des.
Orlando Pistoresi - J. 04.08.94) (RT 710/66) CASAMENTO NULO - CC, ARTS. 86, 147, II, 218 e 219 - I. Tal é o caso do celebrado com pessoa que se serve de identidade e documentação falsas. A falta absoluta de manifestação de vontade do falso nubente, que em realidade não participou de ato algum, absorve e se sobrepõe à anulabilidade que decorreria do consentimento, viciado mas existente, do nubente induzindo em erro essencial quanto à pessoa; daí cuidar-se de nulidade absoluta e não de mera anulabilidade. Sentença confirmada em sua conclusão. (TJRS - RN 590.001.350 - 6ª C. - Rel. Des. Cacildo de Andrade Xavier - J. 19.02.91) (RJ 166/104) COMPETÊNCIA - MENOR - GUARDA - É da competência do Juízo de Família,
onde houver e, inexistente, do(s) Juízo(s) de Direito da Comarca, ao(s)
qual(ais) pertencer a jurisdição familiar. Juízo da Infância e da
Juventude. Guarda: Competência. Somente nos casos, previstos no art. 148,
§ único, ECA, quando o menor estiver enquadrado nas hipóteses do art.
98, do mesmo Estatuto. Alteração de jurisdição. Impossibilidade: face
à atual sistemática processual civil, inadmissível, a alteração da
jurisdição pela troca de residência das partes. (TJRS - CC 595.061.821
- 7ª C. Civ. - Rel. Des. Waldemar L. de Freitas Filho - J. 23.08.95) COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - Imóvel. Outorga marital. Falta.
Contrato inábil para fundamentar ação de imissão na posse. Arts. 235,
I, e 242, II, do CC. Carência da ação. Recurso não provido. (TJSP - AC
203.341-2 - 11ª C - Rel. Des. Itamar Gaino - J. 11.03.93) (RJTJESP
144/59) COMUNHÃO DE BENS - HERANÇA - AUSÊNCIA DE SEPARAÇÃO JUDICIAL -
COMUNICABILIDADE - Enquanto não houver separação judicial, decretada
por sentença trânsita em julgado, no casamento com comunhão universal,
a comunicabilidade dos bens herdados por um dos cônjuges é conseqüência
natural da lei. (TJMG - AC 70.812 - 2ª C - Rel. Des. Abel Machado) (JM
95/96 - 279). CONCUBINA - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA E CONVIVÊNCIA MORE UXORIO -
PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL - IMPOSSIBILIDADE - 1. Inexistindo princípio
de prova material a lastrear a vindícia e não tendo ficado demonstrado
que o falecido, sendo casado, não continuava vivendo com a família legítima,
a prova testemunhal isolada é insuficiente para comprovar dependência
econômica e convivência more uxorio. (TRF 1ª R. - AC 94.01.151.76-8 - 1ª T. -
Rel. Juiz Catão Alves - DJU 05.09.95) CONCUBINATO - A união estável, objeto de proteção do art. 226,
§ 3°, da CF, traduz-se pela "vida em comum, more uxorio. por período
que revela estabilidade e vocação de permanência, com sinais claros,
induvidosos da vida familiar, e com o uso em comum do patrimônio"
(Carlos Alberto Menezes Direito, in "A união Estável como Unidade
Familiar", RT 667/17). No caso, os litigantes viveram um namoro
prolongado, com períodos de vida sob o mesmo teto, mas sem caráter de
permanência ou estabilidade. Sua ligação assumiu mais a feição de uma
"relação aberta" (TJSP, AC 167.994, RT 698/73), que se
caracteriza por envolvimento amoroso e companheirismo, por interesses e
conveniencias sociais, mas sem a existência de compromisso. -
Indemonstrada restou, por igual, a participação do autor na aquisição
do patrimônio em nome da ré, pelo que inviável o pedido sob o ângulo
de alegada sociedade de fato. - Apelo desprovido. (TJSC - AC 48.004 - 1ª
Vara - Rel. João José Schaefer - DJU 25.07.95) CONCUBINATO - DURAÇÃO E PROVA - Competência probatória do réu
para demonstrar tempo menor de duração da sociedade concubinária que o
alegado pelo autor. Pensão alimentícia: cabimento para o concubino
necessitado. (TJRS - AC
594.174.641 - 7ª C. Civ. - Rel. Des Waldemar
L. de Freitas Filho - J. 06.09.95) CONCUBINATO - HERANÇA - RECURSO - PREPARO NO DIA SEGUINTE -
Protocolada a petição de recurso depois de encerrado o expediente bancário,
o recolhimento do numerário destinado à cobertura das despesas de porte
pode ser efetuado no dia seguinte. A concubina, em sucessão aberta antes
da vigência da Lei 8.971, de 29.12.94, não é herdeira (art. 1.603 e
1.611 do CC). (STJ - REsp
100.194 - SP - 4ª T - Rel. Min. Ruy
Rosado de Aguiar - DJU 17.03.97). CONCUBINATO - PARTICIPAÇÃO NA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO - CONSTRUÇÃO
DE PRÉDIO NO TERRENO DO COMPANHEIRO - Construído um prédio no terreno
de propriedade do companheiro, a mulher não perde, por aplicação do
art. 545 do CC, o direito de receber, quando da dissolução da relação
concubinária, o valor equivalente à sua contribuição. Aproveitamento
da ação de existência e dissolução de sociedade de fato cumulada com
pedido de partilha, para exame da pretensão, oportunizando-se às partes
a produção de suas provas. (STJ - REsp
100.201-SP - 4ª T. - Rel. Min. Ruy
Rosado de Aguiar - DJU 02.12.96) CONCUBINATO - PARTILHA DE BENS - Descabimento de partilha de
apartamento, mesmo se escriturado quando já iniciado o concubinato, se o
seu integral pagamento sucedeu antes daquele início. Desprovimento dos
embargos infringentes. (TJRS - E I 595.064.882 - 4ª C Civ. - Red. p/o Ac.
Des. Sérgio Gischkow Pereira - J. 11.08.95) CONCUBINATO - Partilha e bens. Meação. Bens adquiridos durante a
vigência de longo concubinato de homem casado, após separação da
esposa e antes do "desquite" judicial consensual. Meação
concedida à concubina, não assistindo qualquer direito de participação
à esposa. (TJRS - Ac.
591.028.675 - 7ª C. - Rel. Des. Alceu Binato de Moraes - J. 28.10.92) (RJ 188/96) CONCUBINATO - PRESSUPOSTO - DISSOLUÇÃO POST MORTEM: PARTILHA DE
BENS - INDENIZAÇÃO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS - Admite-se a partilha de
bens, advinda de dissolução da sociedade de fato entre concubinos, se
adquiridos com o esforço de ambos. Inexistindo bens em comum, arbitra-se
indenização à concubina pelos serviços prestados, não só domésticos
como também profissionais, com base no seu tempo e qualidade. (TJDF - AC
39.940-DF - (Reg. Ac. 89.319) - 4ª T - Rel. Des. Everardo Mota e Matos - DJU 13.11.96). CONCUBINATO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - INDENIZAÇÃO - Direito da
concubina de receber pensão mensal, a título de indenização por serviços
prestados durante 20 anos de convivência, no cuidado da casa e dos
filhos, e no desempenho de atividades produtivas. (STJ - REsp 108.445 - RJ - 4ª T - Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar - DJU
07.04.97). CONCUBINATO - SERVIÇOS PRESTADOS - INDENIZAÇÃO - A mulher que
manteve união estável durante 13 anos tem direito, quando do rompimento
dessa relação, de ser indenizada pelos serviços prestados. (STJ - REsp
97.811-RJ - 4ª T - Rel. Min. Ruy
Rosado de Aguiar - DJU 14.10.96). CONCUBINATO - SOCIEDADE DE FATO - PARTILHA DE BENS - Não
comprovando a mulher que contribuiu com o seu trabalho para a aquisição
dos bens do companheiro, e sua pretensão de partilhá-los há de ser
indeferida. O simples concubinato não gera direito à meação de bens e
o direito à parte desse patrimônio reclama prova conclusiva da efetiva
participação do concubino pleiteante na formação do acervo dito comum.
(TJDF - EIAC
35.307 - DF (Reg. Ac. 91.469) - 2ª C - Rel. Des. Valtênio M. Cardoso - DJU 26.02.97). CONCUBINATO - Sociedade de fato. Partilha de bens. Não se exige
morada comum à tipificação do concubinato, bastando relacionamento
material e afetivo prolongado, notório e em caráter de fidelidade recíproca.
Requisitos comprovados. Partilha de todos os bens adquiridos durante o período
de vigência do concubinato, com direito à meação à autora. CF/88, art. 226,
§ 3º. (TJRS - Ac. 592.094.171 - 7ª C. - Rel. Des. Alceu Binato de Moraes - J. 04.11.92) (RJ
188/96) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - Guarda de Menores. Genitora que
detinha a guarda dos filhos menores morta pelo ex-marido, pai dos infartes
e que se encontra em lugar incerto e não sabido assim omitindo-se no
exercício do pátrio poder. Tios que pretendem a guarda. Presenção de
hipótese dos artigos 148, § único, a e 98, do Estatuto da Criança e do
Adolescente. Conflito Negativo julgado improcedente. Competência do Juízo
Menoril e não da Vara de Família. (TJRS - Confl. Comp. e Atribuição
595.175.803 - 7ª C. Civ.- Rel. Des. Alceu Binato de Moraes - J. 13.12.95) CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO JUDICIAL EM DIVÓRCIO - INADIMPLEMENTO DE
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR - A Constituição Federal, art. 226, § 6º, não
revogou o § 1º do art. 37 da Lei do Divórcio. Não obstante, o
descumprimento de obrigação assumida pela parte na separação, por si só,
não impede a decretação do divórcio (conversão). Contudo, sendo o
apelante um devedor inadimplente recalcitrante, que nem mesmo as vias
executórias são competentes para a satisfação do débito alimentar, a
improcedência da ação se impunha. Apelo improvido. (TJRS - AC
595.103.227 - 8ª C. Civ. - Rel. Léo Afonso Einloft Pereira - J.
28.09.95) DESAPROPRIAÇÃO - DESTINAÇÃO AO IMÓVEL EXPROPRIADO DIVERSO DO
PREVISTO NO ATO EXPROPRIATÓRIO - AÇÃO DE RETROCESSÃO - PROCEDÊNCIA -
A ação de retrocessão é de natureza "real", não se lhe
aplicando a prescrição qüinqüenal prevista no Decreto nº 20.910/32. A
transferência do imóvel desapropriado a terceiro (pessoa privada)
constitui-se em desvio de finalidade pública, justificando o direito à
retrocessão a ser postulado pelo proprietário expropriado. Nas ações
reais, cabe à mulher, quando o autor é casado, pleitear a nulidade do
processo mediante a argüição de ausência de outorga uxória. (STJ -
REsp 62.506-8 - PR - 1ª T. - Rel. Min. Demócrito Reinaldo - DJU
19.06.95) DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA - AÇÃO DE NATUREZA REAL - NECESSIDADE DE
OUTORGA UXÓRIA - CC, ARTS. 242, II, 246 E 276 - As ações de desapropriação
direta e indireta são espécies do mesmo gênero, ambas importando na
transmissão da propriedade imobiliária para órgão público, impondo-se
a este o pagamento pela aquisição da propriedade. Por isso, têm
natureza real, razão pela qual, para propor ação de desapropriação
indireta, a mulher tem que ter autorização do marido. (STJ - REsp 46.899-0 - SP - 1ª T. - Rel. Min. Cesar Asfor Rocha - DJU 06.06.94) DIREITO DE FAMÍLIA - CIVIL - ALIMENTOS - EX-CÔNJUGE - EXONERAÇÃO
- FILHO CONCEBIDO APÓS A SEPARAÇÃO CONSENSUAL - DEVER DE FIDELIDADE -
RECURSO PROVIDO - 1. Não autoriza exoneração da obrigação de prestar
alimentos à ex-mulher o só fato de esta haver concebido filho fruto de
relação sexual mantida com terceiro após a separação. 2. A separação
judicial põe termo ao dever de fidelidade recíproca. As relações
sexuais eventualmente mantidas com terceiros após a dissolução da
sociedade conjugal, desde que não se comprove desregramento de conduta, não
têm o condão de ensejar a exoneração da obrigação alimentar, dado
que não estão os ex-cônjuges impedidos de estabelecer novas relações
e buscar, em novos parceiros, afinidades e sentimentos capazes de
possibilitar-lhes um futuro convívio afetivo e feliz. 3. Em linha de
princípio, a exoneração de prestação alimentar estipulada quando da
separação consensual somente se mostra possível em uma das seguintes
situações: a) convolação de novas núpcias ou estabelecimento de relação
concubinária pelo ex-cônjuge pensionado; b) adoção de comportamento
indigno; c) alteração das condições econômicas dos ex-cônjuges em
relação às existentes ao tempo da dissolução da sociedade conjugal.
4. Inaplicável à espécie, porque não se trata no caso de fixação de
pensão alimentícia, o entendimento que se vem firmando no sentido de
que, hodiernamente, dada a equiparação profissional entre mulheres e
homens, ambos disputando em condições de igualdade o mercado de
trabalho, não se mostram devidos, nas separações sem culpa, alimentos
aos ex-cônjuges, salvo se comprovada a incapacidade laborativa de um
deles. (STJ - REsp
21.697-0 - SP - 4ª T. - Rel. Min. Sálvio
de Figueiredo - J. 14.06.93) DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO - PARTILHA DE BENS MÓVEIS -
GUARDA DE FILHOS MENORES - ALIMENTOS - A intervenção judicial em atos e
negócios realizados por particulares só tem cabimento no caso de
expressa determinação da lei ou quando o interesse público o exigir.
Assim, juridicamente impossível é o pedido homologatório de dissolução
de sociedade de fato, sendo os requerentes maiores e capazes de transigir,
e desde que a partilha irá considerar apenas bens móveis, cuja
propriedade se adquire pela simples tradição, porque não regulado em
qualquer dispositivo processual, nem em legislação extravagante. As
disposições relativas à guarda de filhos menores e ao direito de visita
somente são homologáveis quando se tratar de dissolução de sociedade
conjugal, constituída pelo casamento, não se estendendo à ruptura de
sociedade concubinária, o mesmo não ocorrendo no que diz respeito aos
alimentos, cujo procedimento adequado está disposto no art. 24 da L.
5.478/68. (TJMG - AC 84.134/4 - 4ª C. - Rel. Des. Caetano Carelos - J.
01.08.91) (JM 115/176) DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO COM PEDIDO DE PARTILHA DE BENS -
PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA REJEITADAS - MÉRITO - CONJUGAÇÃO
DE ESFORÇOS PARA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE
- 1ª Preliminar - Nulidade da Sentença - Ao Réu foi dado oportunidade
para manifestar-se sobre o pedido de desistência, não o fazendo
rejeita-se a preliminar. 2ª Preliminar - Rejeitada - Não se justifica a
intervenção do MP nas ações relativas ao concubinato. Mérito - A
falecida conviveu, casada eclesiasticamente, com o Apelado por mais de
trinta anos. A sociedade de fato não se forma apenas pela direta
participação na condução dos negócios a ela relativos, pelo capital
ou pelo trabalho, mas também pelo esforço na formação de uma
infra-estrutura que propicie ao sócio/concubino a tranqüilidade e a
segurança para buscar as metas almejadas. Porém não se pode igualar o
trabalho doméstico, ao trabalho do concubino/apelado. Provimento parcial
ao recurso para atribuir ao herdeiros/apelantes a cota-parte de 30% dos
bens existentes, advindos do período contubernial entre a falecida e o
apelado. (TJES - AC 349.390.000.54 - 4ª C. Cív. - Rel. Des. Manoel Alves
Rabelo - J. 06.02.96) DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO COM PEDIDO DE PARTILHA DE BENS -
PRELIMINARES DE NULIDADE DA SENTENÇA REJEITADAS - MÉRITO - CONJUGAÇÃO
DE ESFORÇOS PARA FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO - RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE
- 1ª Preliminar - Nulidade da Sentença - Ao Réu foi dado oportunidade
para manifestar-se sobre o pedido de desistência, não o fazendo
rejeita-se a preliminar. 2ª Preliminar - Rejeitada - Não se justifica a
intervenção do MP nas ações relativas ao concubinato. Mérito - A
falecida conviveu, casada eclesiasticamente, com o Apelado por mais de
trinta anos. A sociedade de fato não se forma apenas pela direta
participação na condução dos negócios a ela relativos, pelo capital
ou pelo trabalho, mas também pelo esforço na formação de uma
infra-estrutura que propicie ao sócio/concubino a tranqüilidade e a
segurança para buscar as metas almejadas. Porém não se pode igualar o
trabalho doméstico, ao trabalho do concubino/apelado. Provimento parcial
ao recurso para atribuir ao herdeiros/apelantes a cota-parte de 30% dos
bens existentes, advindos do período contubernial entre a falecida e o
apelado. (TJES - AC 349.390.000.54 - 4ª C. Cív. - Rel. Des. Manoel Alves
Rabelo - J. 06.02.96) DIVÓRCIO - AÇÃO DIRETA - PARTILHA DE BENS - INEXIBILIDADE -
RECURSO DESPROVIDO - O art. 31 da Lei do Divórcio, na parte que trata da
obrigatoriedade de prévia partilha de bens, é inaplicável à hipótese
de divórcio direto, que poderá ser decretado sem ela. (TJPR - AC
34.968-2 - Ac. 11.288 - 1ª C. Civ. - Rel. Des. Maranhão de Loyola - J.
30.05.95) DIVÓRCIO - PRETENDIDA CONVERSÃO DA MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO
DE CORPOS - IMPOSSIBILIDADE - Inexistência de prévia separação
judicial. Exigência do artigo 226, § 6º da Constituição da República.
Pedido, ademais, que não pode ser entendido como o de divórcio direto,
vez que deve ser interpretado restritivamente, nos termos da primeira
parte do artigo 293 do Código de processo civil. (TJPR - AC 41.111-4 -
AC. 640 - 5ª C. Cív. - Rel. Des. Ulysses Lopes - J. 26.12.95) DIVÓRCIO DIRETO - PARTILHA POSTERIOR - ADMISSIBILIDADE - ORIENTAÇÃO
DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL - Segundo o sistema jurídico vigente, é
dispensável a prévia partilha dos bens do casal em se tratando de divórcio
direto. A indispensabilidade, por lei (L. 6.515/77, arts. 31 e 43),
restringe-se ao divórcio indireto (por conversão). (STJ - REsp 56.219-8 - SP - 4ª T - Rel. Min. Sálvio de Figueiredo - DJU
13.03.95). DIVÓRCIO DIRETO - RECONVENÇÃO DESCABIDA - VERBA ALIMENTAR - AÇÃO
AUTÔNOMA - BENS LITIGIOSOS - SOBREPARTILHA - Em se tratando de divórcio
direto, discute-se apenas o decurso do prazo da separação de fato, sendo
irrelevante qualquer questionamento a respeito da existência de culpa na
separação do casal. Não cabe, portanto, o pedido de reconvenção. O
silêncio da sentença a respeito da verba alimentar implica a adoção,
ainda que tácita, do mesmo pensionamento já arbitrado em ação autônoma.
Havendo divergência a respeito do rol de bens que compõem o patrimônio
do casal, cabe ao Juiz determinar a adequada divisão daqueles bens
comuns, de existência incontroversa, reservando os demais para a
sobrepartilha, após discutida e resolvida a matéria de alta indagação
pelas vias ordinárias. (TJMG - AC 63.335/4 - 1ª C - Rel. Des. Roney
Oliveira - DJMG 15.04.97). DOAÇÃO - Aquisição de imóvel em nome da companheira por homem
casado, após, entretanto, o rompimento da vida conjugal deste. Distinção
entre concubina e companheira. Não incidem as normas dos arts. 248, IV, e
1.177 do CC, quando ocorrida a doação após o rompimento da vida em
comum entre o finado doador e sua mulher; quando, enfim, já se haviam
findado as relações patrimoniais decorrentes do casamento. Precedentes
do STJ quanto à distinção entre "concubina'' e
"companheira''. (STJ - REsp
36.206-7 - RS - 4ª T - Rel. Min. Barros
Monteiro - DJU 19.06.95) DOAÇÃO - Nulidade. Liberalidade do marido feita à mulher.
Inadmissibilidade. Regime obrigatório da separação de bens que impede o
ato. Art. 258, parágrafo único, II, do CC. Anuência dos herdeiros por
ocasião da doação, que não supre a incapacidade para a prática do
ato. Comunicabilidade, entretanto, dos aqüestos. (TJSP - AC 215.951-1 - 6ª
C de Férias H - Rel. Des. Orlando Pistoresi - J. 04.08.94) (RJTJESP
163/52) DOAÇÃO À CONCUBINA - AÇÃO ANULATÓRIA - PRAZO DECADENCIAL -
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 1.177 DO CC - PRESCRIÇÃO AQUISITIVA - Decai o
direito de exercer a ação anulatória de doação à ex-esposa do doador
que deixa escoar o prazo de dois anos da dissolução da sociedade
conjugal. A proibição de fazer o marido doação à concubina, prevista
no artigo 1.177 do CC, não abrange o cônjuge separado judicialmente.
Sendo presentes a donatária e a ex-esposa do doador, a prescrição
aquisitiva a favor daquela se consuma no prazo de dez anos, de acordo com
a norma contida no artigo 551 do CC. (TJMG - AC 69.644 - 3ª C - Rel. Des.
Ayrton Maia) (JM 95/96 190). EMBARGOS DE TERCEIRO. MULHER CASADA. AVAL. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA.
MEAÇÃO. BENEFICIO DO CASAL. - Embargos de terceiro. Meação. Divida
oriunda de aval dado pelo marido. O credor tem que provar que o aval veio
em beneficio da família. Se não provou a Meação esta garantida, sendo
esta a orientação da moderna jurisprudência. Apelação não provida. (TARS - APC
192.160.547 - 3ª CCiv. - Rel. Juiz Flávio
Pancaro Da Silva - J. 28.04.1993) EXECUÇÃO - PENHORA - PACTO ANTENUPCIAL - SEPARAÇÃO TOTAL DE BENS
- CC, ART. 259 - CIRCUNSTÂNCIA ESPECIAL NÃO ALEGADA EM CONTRATO -
Vigente o regime de separação total de bens, por força de pacto
antenupcial, a regra é de que os bens adquiridos não se comunicam,
podendo a penhora ser realizada sem resguardo de meação. Desnecessidade
de produção de prova se não alegada circunstância especial que pudesse
encaminhar solução diversa, admitida na lei (art. 259, CC) ou na
jurisprudência. Cerceamento de defesa inexistente. Recurso não
conhecido. (STJ - REsp 26.382-0 - MG - 4ª T. - Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar - DJU 27.06.94) EXECUÇÃO. - Embargos de terceiro - Indeferimento liminar pois
apresentados pelos executados. Execução contra o casal - Ausência de
assinatura da mulher no contrato de fianca - Processamento como incidente
da execução. O fato de figurar o embargante como executado não exclui
"a priori" a possibilidade de apresentar embargos de terceiro,
conforme art. 1046, par. 2 e par. 3, do CPC, sendo o cônjuge sempre
considerado terceiro quando defende bens dotais, próprios, reservados ou
de sua meação. As condições da ação devem ser examinadas até de
oficio pelo juiz pois sua ausência implica em nulidade da própria execução.
Exceção de pré-executividade já admitida pela jurisprudência.
Realizada a penhora e perdido o prazo de embargos, nada impede que seja
alegada a ausência de título executivo contra a mulher - Que não firmou
o contrato de fianca - E a nulidade da fianca prestada pelo marido sem
outorga uxória, pois questões que dizem com as próprias condições da
ação. A argüição da nulidade da execução independe de prazo e de
formalização de embargos, inocorrendo preclusão. Sentença de
indeferimento dos embargos desconstituida, ordenando-se o regular
processamento como incidente da execução. voto vencido. (TARS - APC
193.209.020 - 4ª CCiv. - Rel. Juiz Moacir
Leopoldo Haeser - J. 04.08.1994) FALTA DE LEGITIMAÇÃO DE PARTE. - EMBARGOS A EXECUÇÃO. Não tem
legitimidade para recorrer de sentença que desacolheu embargos do devedor
por ilegitimidade de parte, opostos por quem prestou fiança em contrato
de locação, e visa anula-la por ausência de outorga uxória, filho do
executado, para defender bens do monte-mor onde e herdeiro em virtude do
falecimento de sua genitora. A defesa da meação deve ser manejada pela
via dos embargos de terceiro e pelo Espólio representado pelo
inventariante e a nulidade da fiança também deve ser requerida, pelo Espólio,
em ação própria. Apelo não conhecido. (TARS - APC
196.042.493 - 2ª CCiv. - Rel. Juiz Marco
Aurelio Dos Santos Caminha - J. 20.06.1996) FIANÇA - Ausência de outorga uxória. Regime de separação de
bens. Conhecimento pelo credor do estado de casado do fiador, assumindo o
risco decorrente. Nulidade absoluta da garantia. Impossibilidade de
constrição apenas sobre os bens pessoais do cônjuge que afiançou. (2ª TACSP - Ap.
c/rev. 419.616-00/7 - 11ª C - Rel. Juiz Felipe Pugliesi - J. 30.03.95) (RT 722/203) FIANÇA - OUTORGA UXÓRIA - AUSÊNCIA - NULIDADE DA GARANTIA -
APLICAÇÃO DO ARTIGO 235, III DO CÓDIGO CIVIL - A fiança dada pelo
marido sem a anuência da mulher é absolutamente nula (e não
simplesmente anulável), por infração a preceito de natureza cogente (ou
seja, de observância obrigatória ou imperativa) contido no artigo 235,
III, do Código Civil, c/c o seu artigo 145, IV. (2° TACSP - Ap. c/ Rev. 454.332 - 3ª C. - Rel. Juiz Milton Sanseverino- J. 21.05.96) FIANÇA - Outorga uxória inexistente. Ato anulável e não nulo.
Legitimidade da mulher para requerer a decretação. Inteligência dos
arts. 178, § 9º, b, e 235, III, do CC. A fiança prestada pelo marido,
sem a outorga uxória, com infração do art. 235, III, do CC, é ato anulável
e não nulo, e a legitimidade para requerer sua decretação é da mulher,
cujo patrimônio pode vir a ser alcançado pelo gravame (art. 178, § 9º,
b, do CC). (2º TACSP - Ap.
rev. 409.001-00/4 - 4ª C - Rel. Juiz Carlos Stroppa - J. 25.10.94) (RT 718/179) FIANÇA. FALTA DE OUTORGA MARITAL OU UXÓRIA. NULIDADE. - Fiança.
Nulidade. Embargos de terceiro. Fiança prestada em contrato de locação
sem outorga uxória ou marital é nula "pleno juri" (art. 235,
III, do CC), podendo ser reconhecida tal invalidade mesmo de oficio,
diante da conseqüência de nulidade (art. 145, IV, do CC). (TARS - APC 193.157.526 - 5ª CCiv. - Rel. Juiz Silvestre Jasson Ayres Torres - J.
07.10.1993) FIANÇA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. NULIDADE. NULIDADE ABSOLUTA.
PRECLUSÃO. INCOERÊNCIA. DETERMINAÇÃO DE OFÍCIO. QUESTÃO DE DIREITO.
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INCOERÊNCIA. LOCAÇÃO
RESIDENCIAL. - LOCAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA. FIANCA. INVALIDADE. FALTA
DE OUTORGA UXORIA. NULIDADE ABSOLUTA. ART.235, III, DO CÓDIGO CIVIL. Na
fiança, e imprescindível a outorga uxória, eis que se trata de que estão
de ordem pública, ocasionadora de nulidade absoluta, declarável até de
oficio. O art-235, III, do Código Civil, que trata da questão, é norma
imperativa ao colocar claramente que o marido não pode, sem consentimento
da mulher, prestar fiança. Julgamento antecipado da lide. Cerceamento de
defesa. Inocorrência. Sendo a matéria 'sub judice' ensejadora de
nulidade absoluta, não há razão para a dilação probatória. Apelação
improvida. (TARS - APC 195.159.900 - 2ª CCiv. - Rel. Juiz Ari Darci
Wachholz - J. 09.04.1996) FIANÇA. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. DESCABIMENTO. 2. HERMENEUTICA.
INTERPRETAÇÃO. 3. FIANÇA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. NULIDADE. - Execução.
Fiança. Não há aval fora de título cambiário. A Fiança não admite
INTERPRETAÇÃO extensiva. Hermenêutica. Princípio da igualdade.
Igualdade não é tratar igualmente os desiguais, mas desigualmente os
desiguais na medida em que se desigualam. Logo, pode-se exigir mais de
quem pode mais e menos de quem pode menos. Elaboração de contratos:
cautelas. Pode-se exigir de entidades financeiras que, diante de
tormentosa, atinga e, ainda, não solucionada questão jurídica - Como a
validade da Fiança sem outorga uxória - Acautelem-se na elaboração dos
contratos, de forma a não macular a certeza do título executivo. Fiança:
falta de outorga uxória. A pior solução para tema não tormentoso e
dogmática. Considerando-se que todas as posições trazem excelentes razões
jurídicas, as peculiaridades do caso concreto dirão se a Fiança e válida,
válida em parte ou nula. Precedente jurisprudencial. (TARS - APC
194.252.359 - 4ª CCiv. - Rel. Juiz Rui Portanova - J. 09.02.1995) FIANÇA. LOCAÇÃO. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. INEFICÁCIA.
ANULABILIDADE. GERA EFEITOS ATÉ ANULAÇÃO. LEGITIMAÇÃO ATIVA. MULHER
OU HERDEIROS. - Ação declaratória de nulidade. Fiança em contrato de
locação, ausente outorga uxória. A falta de consentimento uxório não
constitui nulidade de pleno direito, implicando apenas em ineficácia
relativa em relação ao cônjuge não anuente. Recurso provido. (TARS -
APC 195.197.868 - 8ª CCiv. - Rel. Juiz Luiz Ari Azambuja Ramos - J.
27.02.1996) FIANCA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA.
ANULABILIDADE. LEGITIMAÇÃO ATIVA. - Fianca. Solidariedade. Falta de
outorga uxória. Anulabilidade. Da solidariedade entre os co-fiadores
decorre a responsabilidade pela dívida comum, mas autoriza o credor
exigir a prestação de um ou de todos, no todo ou em parte e lhe faculta
a busca do valor pro-rata entre os co-fiadores, sem ofender o disposto no
art. 1.031, par. 3, do Código Civil. A fianca prestada pelo marido sem
outorga uxória constitui ato anulável e não nulo, já que somente a
mulher e seus herdeiros tem legitimidade para invalida-la e, no caso, não
se trata de demanda em que prevalece norma de proteção da família, onde
haveria interesse público, mas disputa de interesse patrimonial,
eminentemente privado. Apelo improvido, sem discrepância. (TARS - APC
194.207.890 - 2ª CCiv. - Rel. Juiz João
Pedro Freire - J. 02.03.1995) GUARDA DE MENORES - Pai que confia a um irmão a guarda de trigêmeos
recém-nascidos, em razão da morte da parturiente. Direito de retomar a
guarda dos filhos, quatro ou cinco anos após, por haver contraído novo
matrimônio. Inoponibilidade da relação afetiva do tio ao pátrio poder.
Ações do tio - de busca e apreensão e de guarda e responsabilidade -
improcedentes. Mantidos os menores na companhia do pai, não cabe instituição
de direito de visitas em favor do tio, podendo as mesmas se realizar com
caráter comum de visitas entre parentes próximos. Apelo do tio improvido
e provimento do pai. Voto vencido. (TJRS - AC 585.017.329 - 4ª C - Rel.
Des. Edson A. de Souza) (CJ 22/120). INELEGIBILIDADE - § 7º do artigo 14 da Constituição Federal -
Candidata à prefeitura - Casamento religioso com irmão do Prefeiro a ser
sucedido. Efeitos. A inelegibilidade do § 7º do artigo 14 da Constituição
Federal não alcança pessoa que, em face de casamento estritamente
religioso, viva maritalmente com irmão do Prefeito a ser sucedido. (TSE - Rec.
11.460 - Ac. Classe 4ª - Rel.
Min. Diniz de Andrades - DJU 01.10.93) INELEGIBILIDADE - PARENTESCO POR AFINIDADE - Vigência do art. 335
do CC em face da edição da L. 6.515/77. Dissolução da sociedade
conjugal por divórcio. A subsistência, para efeitos civis, da afinidade,
na linha reta, à dissolução pelo divórcio do casamento que a originou,
não acarreta a inelegibilidade de que cuida o art. 14, § 7º, da CF,
salvo na hipótese de simulação fraudulenta. (TSE - Cons. 12.533 - DF -
Classe 10ª - Rel. Min. Sepúlveda Pertence - DJU 03.06.92) INVENTÁRIO - Abertura. Cônjuge herdeiro. Outorga marital.
Casamento realizado na mais completa separação de bens. Necessidade de
anuência do consorte apenas para alienar ou gravar o bem ou bens
recebidos na herança. Artigos 235, I, e 242, I, do CC. Recurso provido. (TJSP
- AI 94.301-1 - 7ª C - Rel. Des. Godofredo Mauro) (RJ 145/86). INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - Ação intentada por filho
adulterino a matre contra o verdadeiro pai. Admissibilidade.
Desnecessidade da contestação do pai presumido e da dissolução da
sociedade conjugal. Art. 344 do CC alterado pela Lei nº 883/49. Presunção
relativa do art. 338 do CC, e não absoluta. Inteligência do art. 348 do
CC e da Lei nº 8.560/92, que revogou o art. 337 do mesmo diploma legal.
Procedência decretada. (TJSP - Ap. 238.397-1/5 - 1ª C - Rel. Des. Guimarães
e Souza - J. 09.05.95) (RT 720/115) INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS - MATÉRIA DE
FATO - Fixação do termo inicial da pensão alimentícia a partir da citação.
Matéria de fatos e provas não se reexamina em sede do especial (Súm.
07, do STJ). Reconhecida a paternidade, a obrigação de alimentar, em caráter
definitivo, exsurge, de forma inconteste, desde o momento em que exercido
aquele direito, com o pedido de constrição judicial, qual seja, quando
da instauração da relação processual válida, que se dá com a citação.
Inteligência do § 2º, do art. 13, da L. 5.478/68. (STJ - REsp 78.563 - GO - 3ª T - Rel. Min. Waldemar Zveiter - DJU 16.12.96). LITISPENDÊNCIA - AÇÕES DE SEPARAÇÃO JUDICIAL - CAUSAS DE PEDIR
DIVERSAS - HIPÓTESE DE CONEXÃO - PROCESSO EXTINTO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO
- JULGAMENTO EXTRA PETITA - SENTENÇA, ADEMAIS, SEM FUNDAMENTAÇÃO -
NULIDADE - A litispendência ocorre quando há reprodução de ação
anteriormente ajuizada, envolvendo as mesmas partes, a mesma causa de
pedir e o mesmo pedido, sendo que se dá conexão quando as ações
conservam identidade de pretensão genérica. Assim, se os cônjuges
promovem um contra o outro ações de separação judicial distintas, com
causas de pedir evidentemente diversas, não há que se falar em litispendência,
mas sim conexão, sendo nula a sentença que decretou a extinção do
processo, nos termos do art. 267, V, do Código de Processo Civil, por
reconhecer a litispendência sequer aventada pelas partes. (TJPR - AC
40.867-7 - Ac. 11.687 - 1ª C. Civ. - Rel. Maranhão de Loyola - DJU 11.09.95) LOCAÇÃO. DESPEJO. COBRANÇA ALUGUEL. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS. 2.
FIANÇA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. NULIDADE. LEGITIMAÇÃO ATIVA. - Locação.
Ação de despejo cumulada com cobrança de alugueis. Fiança. Ausência
de vênia conjugal: legitimado a sua invocação. Prestada a Fiança pelo
marido sem a vênia conjugal, somente tem legitimidade para invocar a sua
falta a mulher, ou seus herdeiros (artigo 239, CC). Admitir-se pudesse o
marido, que prestou Fiança sem o consentimento da esposa, invocar a ausência
da vênia para eximir-se dos efeitos advindos da prestação de Fiança,
equivaleria a dar-se guarida a sua torpeza, com o que o direito não se
compadece. Apelação desprovida. (TARS - APC 193.167.558 - 6ª CCiv. -
Rel. Juiz Moacir Adiers - J. 14.10.1993) MANDATO. REVOGAÇÃO. EFICÁCIA . TERCEIRO. NOTIFICAÇÃO. -
Contrato de abertura de crédito. Solidariedade. Procuração revogada.
Natureza do título subscrito. Outorga uxória. Súmula 26 do STJ. Tendo
sido a procuração revogada na mesma data da assinatura do contrato, sem
que o credor tenha sido eficientemente notificado, convalesce a outorgada,
sendo eficaz o ato. Embora inquestionável a situação de avalista na
nota promissória emitida para substratar possível inadimplemento, as cláusulas
contratuais não desejam duvida sobre a situação de devedor solidário
do subscritor. Assim, aquele que assume a posição de devedor solidário
em contrato, também avalisando título de crédito a ele vinculado,
responde pelas obrigações decorrentes do pacto, desnecessária qualquer
outorga uxória. Apelação provida. (TARS - APC 194.257.416 - 6ª CCiv. -
Rel. Juiz José Carlos Teixeira Giorgis - J. 16.03.1995) MULHER CASADA - Nome. Sobrenome do marido. Exclusão após seu
falecimento. Admissibilidade. Direito personalíssimo da mulher à
disponibilidade a qualquer momento. Parágrafo único do art. 240 do CC.
Hipótese, ademais, de dissolução de casamento. Recurso provido. (TJSP -
AC 165.507-1 - 6ª C - Rel. Des. Reis Kuntz - J. 30.04.92) (RJTJESP
137/227) MUTUO. ESTABELECIMENTO BANCÁRIO. JUROS. CORREÇÃO MONETÁRIA.
PREVISÃO CONTRATUAL. - ESTABELECIMENTO BANCÁRIO. JUROS. TAXA ELEVADA .
LEGALIDADE. HIPÓTESES. 2. AVAL. OUTORGADA UXÓRIA. DESNECESSIDADE. -
JUROS. AVAL: OUTORGA UXÓRIA. Caso em que se aceite a contratação de
taxa pré-fixada de 40% ao mês , porquanto neste percentual esta cumulado
juros e correção monetária. Não há necessidade de consentimento
marital em aval. sentença parcialmente confirmada. (TARS - APC 195.158.548 - 5ª CCiv. - Rel. Juiz Rui Portanova - J. 18.04.1996) PARTILHA - SEPARAÇÃO CONSENSUAL - ANULAÇÃO - PRAZO PRESCRICIONAL
- VÍCIO DE CONSENTIMENTO - Na separação consensual judicial, levantada
a questão de que houve vício quando no processamento da partilha, o
prazo de prescrição para anulá-la não é o das normas que regem o
direito das sucessões. Em tema de prescrição a interpretação que se
faz à luz da doutrina, referentemente aos arts. 177; 178 e seus parágrafos
é no sentido de que a diversidade dos prazos de prescrição nem sempre
decorre da natureza de cada ação, mas foi estabelecido pelo legislador
tendo em vista as circunstâncias que exigem maior ou menor presteza no
exercício do direito (art. 178, § 9º, V). Inexistência de infringência
ao art. 178, § 6º, V, do CC. (STJ - REsp
90.446 - SP - 3ª T - Rel. Min. Waldemar
Zveiter - DJU 16.12.96) PARTILHA DE BENS - DIVÓRCIO - IMÓVEL ADQUIRIDO ANOS APÓS A SEPARAÇÃO
DE FATO DOS DIVORCIANDOS - À mulher não assiste direito à meação em
imóvel que o varão, onze anos após a separação de fato, adquiriu com
o produto exclusivo do trabalho seu e de sua concubina. Cônjuges
separados de muitos anos, tendo cada qual reconstituído sua vida com novo
companheiro e nova prole, surgindo novos patrimônios. Irrelevância, no
caso, do fato de a autora ter, a pedido, assinado a escritura de aquisição
do imóvel, a fim de permitir ao réu a obtenção de financiamento com
garantia hipotecária. Formalidade legal que se não pode sobrepor aos
fatos da vida e à realidade da constituição de patrimônios distintos,
para cada um dos cônjuges separados. Sentença mantida e louvada. (TJRS - AC 583.048.665 - 1ª C - Rel. Des. Athos Gusmão Carneiro) (RJ 106/138). PARTILHA DE BENS - SEPARAÇÃO JUDICIAL - DESFAZIMENTO DA COMUNHÃO
- 1. A rigidez processual advinda do artigo 1.022 do CPC, perde força
diante do que dispõe o § 2º do art. 7º da Lei do Divórcio, que
agiliza o procedimento e confere ao Juiz maior força decisória, sempre
agindo, como é curial, no interesse do casal e do justo equilíbrio na
divisão do patrimônio. 2. Incensurável a decisão que, frente ao
conflito dos cônjuges em face a duvidoso plano de partilha, ordena a
divisão dos bens meio a meio, de sorte a resguardar, assim, o justo
partilhamento. 3. Nada impede, outrossim e nos termos da lei, o
desfazimento futuro de comunhão, quando neste caso e com maior transparência
serão resguardados os efeitos dos proprietários. (TJDF - AC 31.424
- DF - 1ª T. - Rel. Des. Eduardo M. Oliveira - DJU 26.05.94) PÁTRIO PODER - Destituição. Inadmissibilidade. Guarda conferida
à mãe. Descumprimento de obrigação assumida na separação judicial
plenamente justificado e que não importou abandono dos filhos. Interesse
em que não haja inversão da guarda. Ação improcedente. Inteligência
do art. 395 do CC. (TJSP - AC 92.658-1 - 8ª C - Rel. Des. Fonseca
Tavares) (RJ 134/109). PENSÃO - CASAMENTO RELIGIOSO - EXTINÇÃO - SÚMULA Nº 170 DO
EXTINTO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS - RESTABELECIMENTO - INÍCIO - 1. O
extinto Tribunal Federal de Recursos consolidou o entendimento, segundo o
qual "não se extingue a pensão previdenciária, se do novo
casamento não resulta melhoria na situação econômico-financeira da viúva,
de modo a tornar dispensável o benefício" (cf. Súm. nº 170/ex-TFR).
2. Todavia, a meu ver, à falta de comprovação da data de cessação do
benefício, a que teria direito a autora, ora apelada, e já passados mais
de 40 (quarenta) anos da morte do instituidor da pensão, marido da
postulante, e mais de 20 (vinte) anos do indeferimento de seu recurso, no
âmbito administrativo, a pensão, ora reivindicada, deve ser concedida a
partir da citação. (TRF 1ª R - AC 94.01.05844-0/DF - 1ª T -
Rel. Juiz Plauto Ribeiro - DJU
01.04.96) PENSÃO ALIMENTÍCIA - Dispensa pela mulher na separação
consensual. Pretensão posterior fundada em mudança de situação econômica.
Inadmissibilidade. Reconhecimento da igualdade entre os sexos previsto nos
arts. 5º, I, e 226, § 5°, da CF. Desaparecimento da obrigação
alimentar exclusiva a cargo de um dos cônjuges. Inaplicabilidade da Súm.
379 do STF. (TJSP -
Ap. 202.327-1/9 (SJ) - 3ª C - Rel. Des. Gonzaga Franceschini - J.
30.11.93) (RT 704/114) PENSÃO ALIMENTÍCIA - OBRIGAÇÃO CONTRATUAL - RENÚNCIA DO CÔNJUGE
VIRAGO - COMPOSIÇÃO PATRIMONIAL - INADMISSIBILIDADE DE MODIFICAÇÃO
POSTERIOR - REVELIA - A mulher não é nem tem parentesco com o marido.
Por isso, a obrigação de pensionar a mulher é contratual, decorre e
existe enquanto não dissolvido o matrimônio. Assim, se na separação os
cônjuges acertaram o não pensionamento, ao cônjuge virago pelo cônjuge
varão, não podem os juízes, ao depois, fixar contribuição alimentária,
especialmente quando essa renúncia se dera em virtude de composição
patrimonial. Não se pode falar em revelia, se o juiz, equivocadamente,
designou audiência de conciliação e, inocorrendo esta, deu-se como
fluindo, daí, o prazo para defesa. (TJMG - AC 68.832 - Rel. Des. Milton
Fernandes) (RJM 26/90). PENSÃO ALIMENTÍCIA - PRESTAÇÕES VINCENDAS - PRISÃO DO
ALIMENTANTE ANTES DA PENHORA - POSSIBILIDADE - Para coagir o devedor de
alimentos provisionais a pagar as prestações vencidas fixadas na sentença,
pode ser decretada a prisão do alimentante antes da realização da
penhora do bem oferecido para garantia do pagamento, ainda que o devedor
disponha de bens suficientes. Se cumprida a constrição sem que tenha
sido pago o débito, caberá a execução por quantia certa. Inteligência
do art. 733 § 2º do CPC. (TJBA - AI 47/89 - Rel. Des. Hélio Lanza - J. 21.02.90) (CJ 37/86) PENSÃO POR MORTE - MULHER SEPARADA QUE DISPENSOU ALIMENTOS. I. A
dispensa do direito à pensão alimentícia na homologação da separação
não preclui o direito à obtenção da pensão por morte do ex-cônjuge
falecido. II. Efeitos patrimoniais, in casu, a partir da data do óbito.
III. Incidência da correção monetária nos termos da Lei 8.213/91 e
subseqüentes critérios oficiais de atualização. IV. Juros de mora à
taxa de 6% ao ano (artigo 1.062 do CC), a partir da citação (artigo 219
do CPC). V. Honorários advocatícios fixados em 15% sobre o total da
condenação. VI. O valor do benefício deve ser calculado nos termos da
legislação vigente, respeitado o artigo 201, § 5º, da Carta Magna. (TRF 3ª R - AC 93.03.104843-1/SP - 2ª T - Rel. Juiz Célio Benevides - DJU 25.10.95) PENSÃO POR MORTE DO MARIDO - APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 379 DO STF E
64 DO TFR - DIREITO IRRENUNCIÁVEL - O fato de o cônjuge ter renunciado a
pensão alimentícia quando da separação judicial, não significa que
ele tenha perdido o direito a pensão, visto o caráter irrenunciável dos
alimentos, podendo ser pleiteado ulteriormente, desde que comprovada a
necessidade do benefício. (TRF 4ª R - AC
92.04.20384-6/RS - 4ª T - Rel. Juiz José
Germano da Silva - DJU 24.04.96) PRESCRIÇÃO - ARTS. 178, § 7º, VII, E 252, CC - As normas dos
arts. 178, § 7º, VII, e 252 do Código Civil, que estabelecem prazo
prescricional bienal para que o marido promova a anulação dos atos
praticados pela mulher sem o seu consentimento ou sem o suprimento do
juiz, dizem respeito tão-somente aos atos perpetrados durante a vigência
da sociedade conjugal, não àqueles levados a efeito após a respectiva
dissolução. (STJ - REsp
35.322-0 - SP - 4ª T - Rel. Min. Sálvio
de Figueiredo - DJU 12.06.95) PRISÃO CIVIL - HIPÓTESES - DECRETO FUNDAMENTADO - I. O Juiz do cível
pode decretar prisão, no próprio processo, nas duas únicas hipóteses
autorizadas pela Constituição (art. 5º, LXVIII), a do responsável pelo
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a
do depositário infiel. II. Decreto de prisão de devedor de pensão
alimentícia fundamentado quantum sufficit. (STJ - RHC 1.732 - MG - 5ª T. - Rel. Min. Costa Lima - DJU 16.03.92) PROMESSA DE COMPRA E VENDA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. EFEITOS. -
Promessa de compra e venda sem o consentimento da mulher - Anulabilidade -
Seus efeitos. Tratando-se de anulabilidade e não de nulidade, os efeitos
do contrato particular devem permanecer no mundo jurídico até que, em ação
direta, seja postulada a anulação. Espécie em que o promitente
comprador e possuidor ajuíza embargos de terceiros a ação de despejo
movida pela mulher do promitente vendedor. Ato jurídico que permanece
eficaz até que, em ação direta, se postule o decreto de anulabilidade. (TARS - APC 194.130.258 - 4ª CCiv. - Rel. Juiz Márcio Oliveira Puggina - J.
01.09.1994) PROMESSA DE COMPRA E VENDA. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. PRESUNÇÃO DE
AUTORIZAÇÃO. EFICÁCIA. RESOLUÇÃO DO CONTRATO. OPORTUNIDADE. ÔNUS DA
PROVA. - Promessa de compra e venda. Falta de outorga ou participação de
um dos cônjuges no instrumento. Presume-se que o cônjuge que assina o
contrato esta autorizado pelo outro, agindo em nome de ambos. Assiste
aquele que não participou da avenca a ação de resolução, a ser
interposta até o momento em que o promitente comprador procure o
recebimento do título definitivo, e desde que prove não ter auferido do
produto advindo, além de ter havido conluio entre o promitente vendedor e
o promitente comprador. Apelos improvidos, mantendo-se a sentença por
seus judiciosos fundamentos. (TARS - APC 193.208.840 - 3ª CCiv. - Rel. Juiz Arnaldo Rizzardo - J. 15.12.1993) PROVA - Produção. Separação judicial. Adultério. Comprovação
mediante apresentação de gravações de conversas telefônicas do cônjuge.
Ilicitude da prova. Art. 5º, X, XII e LVI, da CF. (TJSP - MS 198.089-1 -
8ª C - Rel. Des. José Osório - J. 15.09.93) (RJTJESP 149/193) RECURSO - APELAÇÃO - TEMPESTIVIDADE - PROCURADOR INTIMADO QUE FORA
DESCONSTITUÍDO - INADMISSIBILIDADE - 1. Se quando da publicação para a
intimação da sentença só constou o nome do procurador que já fora
desconstituído, o prazo recursal só tem fluência quando o novo
procurador tiver tomado conhecimento da decisão. 2. Separação judicial.
Acordo deliberando sobre a dissolução da sociedade conjugal e partilha
de bens. Pedido ratificado e homologado. Retratação unilateral inadmissível.
Apelação não provida. Em havendo as partes acordado com a separação
consensual e partilha de bens, subscrevendo pessoalmente a petição e o
respectivo termo de retificação, formalmente homologado, o acordo
torna-se irretratável unilateralmente, a teor da Súmula nº 305 do
Supremo Tribunal Federal, sendo que a modificação pactuado, sob alegação
de vício de consentimento, só poderá ser analisada em ação própria,
não no recurso de apelação. (TJPR - AC 35.933-3 - Ac. 11.908 - 1ª C.
Civ.- Rel. Des Maranhão de
Loyola - DJU 19.09.95) REGIME DA SEPARAÇÃO DE BENS - Inexistência de pacto antenupcial.
Prevalência do regime legal. O casamento, quer no império da lei
anterior, quer sob o regime da Lei 6.515, sempre exigiu pacto antenupcial
para que valha a opção pelo regime da separação de bens, não bastando
a simples declaração do nubente, no assento do casamento. Não havendo
convenção ou sendo esta nula, prevalecerá o regime legal vigente à época
em que se contraiu o matrimônio. (TJMG - AC 7.854/3 - 4ª C. - Rel. Des.
Corrêa de Marins - J. 02.07.93) (JM 125/146) REGISTRO DE CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA HIPOTECÁRIA - ÁREA EM
CONDOMÍNIO - QUINHÃO SEPARADO POR MEMORIAL DESCRITIVO - DESNECESSIDADE
DE OUTORGA UXÓRIA DOS DEMAIS CONDÔMINOS - GARANTIA REAL - A Cédula
Rural Pignoratícia, de responsabilidade exclusiva de um dos condôminos,
pode ser inscrita à margem da matrícula que abrange o imóvel como um
todo, sem a outorga uxória dos demais condôminos, desde que exista o
memorial descritivo com os limites e confrontações certos, pois a
divisibilidade a que se refere o art. 757 do CC é jurídica, não a
material, podendo nestes moldes o condômino alhear a parte indivisa, ou
gravá-la (art. 1.139 do CCB). (TJTO - AC 1.603/95 - 4ª T. - Rel. Des. João
Alves - J. 31.08.95) (RJ 220/73) REGISTROS PÚBLICOS - Casamento. Regime legal. Imodificabilidade. Não
tendo os cônjuges pactuado diversamente, casam-se pelo regime da separação
parcial, que é o legal (CC, art. 258), desde a vigência do art. 50 da
Lei nº 6.515/77, e que não pode ser alterado na constância do matrimônio,
a teor do art. 230 do CC. Este dispositivo visa a impedir que um dos cônjuges,
empregando sua influência, obtenha alteração desvantajosa ao outro, sob
ameaça de ruptura do vínculo. Caso em que, ademais, aquisição de imóvel,
a título oneroso, na constância do matrimônio, não justifica,
concretamente, qualquer mudança. (TJRS - AC
594.185.837 - 3ª C - Rel. Des. Araken de
Assis - J. 23.02.95) REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CONCUBINATO IMPURO - COISA JULGADA -
PROCEDÊNCIA DA AÇÃO - A concubina, sendo impuro o concubinato em face
da adulterinidade, não pode ser equiparada a "cônjuge
sobrevivente" de seu concubino falecido. Se há coisa julgada que
proclama a adulterinidade do concubinato, tal questão não pode mais ser
rediscutida na ação reintegratória de posse que a sucessão do
concubino move à concubina. Não tendo a condição de meeira e nem a
situação jurídica de "cônjuge sobrevivente", a concubina não
tem título para a posse do imóvel objeto do litígio. (TARS - AC
196110282 - 1ª C. ív. - Rel. Juiz Ari Darci
Wachholz - J. 26.08.97) REIVINDICATÓRIA DO ESPÓLIO CONTRA A CONCUBINA DO AUTOR DA HERANÇA
- UNIÃO ESTÁVEL COMPROVADA - CONCUBINATO - SOCIEDADE DE FATO - A união
concubinária, até bem pouco, só gerava relações de caráter
obrigacional e não familiar (Súmula nº 380, STF), mas a nova Carta Política
elevou-a à categoria de "Entidade Familiar" (art. 226, §§ 3º
e 4º da CF), cuja dissolução importa na na partilha ou no usufruto dos
bens. Por esta nova concepção, a partilha ou usufruto não terão causa,
apenas, no fator aquisição, mas também na tarefa da manutenção e
conservação do patrimônio, pelo esforço comum. Esta vindicação recai
nos bens em comunhão da Sociedade Familiar, excluídos os reservados. A
relação jurídica não é de trabalho ou de emprego, mas está fincada
nos requisitos permanentes da affectio conjugalis intuitu familiae. A
posse dos bens é comum e importa comunhão na Sociedade Familiar, não
sendo injusta a sua manutenção pelo parceiro (a) que não detém o domínio,
podendo ser invocada como defesa eficaz na ação reivindicatória ou
possessória. (TJRS - AC 595.119.884 - 5ª C. Cível - Rel. Des. Clarindo
Favretto - J. 21.12.95) RESCISÓRIA - CITAÇÃO POR EDITAL - RESCISÃO DA SENTENÇA EM AÇÃO
DE SEPARAÇÃO JUDICIAL POR INVÁLIDA A CITAÇÃO POR EDITAL DO MARIDO,
QUE PERMANECEU REVEL NO PROCESSO - Ao autor cabe provar que realmente
ignorava o paradeiro do réu, já que a lei processual contenta-se com a
afirmativa de encontrar-se o réu em lugar incerto e não sabido. A
nulidade da citação projeta-se além da coisa julgada e, por isto,
fundamenta a ação rescisória. Procedência da ação. (TJRS - AR
585013907 - 3ª C. - Rel. Des. Egon Wilde) (RJ 132/41) REVISIONAL DE ALIMENTOS - PENSÃO ALIMENTÍCIA FIXADA EM SALÁRIOS MÍNIMOS
- Pedido de redução da verba alimentícia e de sua fixação em
percentual sobre os ganhos do alimentante. Sentença que, embora reconheça
procedente o pedido de redução, acaba por majorar a pensão, ao fixar os
alimentos em percentual sobre os ganhos do alimentante, que tiveram
reajustes superiores ao do salário mínimo. Reforma da sentença,
fixando-se a verba alimentícia em percentual sobre os ganhos líquidos do
autor, mantida a equivalência existente à época em que acordados os
alimentos. Honorários advocatícios. Vencido o autor em parte do pedido,
os honorários advocatícios serão recíproca e proporcionalmente
distribuídos entre as partes. (TJSC - AC 50.428 - 4ª C. Cív. - Rel. Des.
João José Schaefer - J. 24.11.96) SEPARAÇÃO CONSENSUAL - PARTILHA DOS BENS - HOMOLOGAÇÃO - Sendo
homologado sem qualquer ressalva o acordo dos cônjuges sobre a dissolução
da sociedade conjugal, acordo esse que dispôs também sobre a partilha
dos bens do casal, somente mediante a ação apropriada (art. 486, CPC)
poderá ser postulada a sua modificação. Não, sob singelo requerimento
nos próprios autos da separação, por já não ser admissível a retratação
unilateral. Apelação provida. (TJPR - AC 40.521-6 - Ac. 11.654 - 1ª C.
Civ.- Rel. Des. Pacheco Rocha - J. 15.08.95) SEPARAÇÃO DE FATO - Gravidez superveniente. Inexistência de
concubinato. Manutenção da pensão alimentícia. Embora cabível recurso
da decisão judicial impugnada, devidamente interposto, é admissível MS
se, não tendo aquele recurso efeito suspensivo, houver risco de gravame a
uma das partes. Se subsiste o dever de mútua assistência ainda quando
ocorra a dissolução da sociedade conjugal, com muito mais razão se pode
concluir que mera separação de fato não tem o condão de fazê-lo
cessar, não podendo o marido furtar-se à obrigação, decorrente de um
casamento válido, de prover à subsistência da mulher, enquanto não
sobrevier mudança na fortuna de qualquer deles, mormente se não se
encontrar, nos autos, prova de concubinato da alimentada com o pai da
criança que ela veio a dar à luz após a separação, não se podendo
concluir que ela vive maritalmente com esse homem e que dele recebe ajuda
financeira. (TJMG - MS 6.293 - 5ª C - Rel. Des. José Loyola - J.
12.03.92) (JM 117/75) SEPARAÇÃO DE FATO - SOCIEDADE CONJUGAL - REGIME DE COMUNHÃO
UNIVERSAL - BENS HAVIDOS OU ADQUIRIDOS POR UM DOS CÔNJUGES -
COMUNICABILIDADE - Se o casamento se realizou no regime de comunhão
universal de bens, ainda que sobrevenha a separação de fato do casal, os
bens havidos após essa separação são bens da comunhão até a dissolução
da sociedade conjugal, que se dará pela morte de um dos cônjuges,
nulidade ou anulação do casamento, separação judicial ou divórcio.
V.v.: Embora a Lei do Divórcio não tenha dispositivo expresso a
respeito, e o artigo 3º da mesma Lei declare que a separação judicial põe
termo aos deveres de coabitação, de fidelidade recíproca e ao regime
matrimonial de bens, tem-se entendido que a simples separação de fato
desobriga os cônjuges do dever de fidelidade. Então, razoável que se
admita, também, que se tornem incomunicáveis os bens, adquiridos
individualmente pelos cônjuges, vigorante a separação de fato. (Des.
Paulo Tinoco). (TJMG - AC 68.766 - 1ª C - Rel. Des. Valle da Fonseca) (RJM
30/70). SEPARAÇÃO JUDICIAL - ABANDONO DO LAR - GRAVE VIOLAÇÃO DOS
DEVERES DO CASAMENTO - ADULTÉRIO - DENÚNCIA - PRAZO - O abandono voluntário
do lar pelo marido, embora procure justificar seu afastamento como reação
ao reprovável comportamento de sua mulher - mas permanecendo inativo por
muitos anos, não tomando a iniciativa de separação de corpos ou da própria
separação judicial - , constitui grave violação dos deveres do
casamento, ex vi do art. 231 do CC. No regime matrimonial, há o dever recíproco
da fidelidade dos cônjuges. O deslize que algum deles venha a praticar,
até mesmo o adultério, se não denunciado dentro de 30 dias,
descaracteriza-se pela falta de iniciativa da parte ofendida, importando
em perdão, que não mais autoriza procedimento contra o fato delituoso. (TJMG
- AC 73.000 - 4ª C - Rel. Des. Vaz de Mello). (JM 101/129) SEPARAÇÃO JUDICIAL - ABANDONO, PELO MARIDO, DO LAR CONJUGAL -
CONDUTA DESONROSA DA MULHER NÃO DEMONSTRADA - Constituiu-se motivo para a
decretação da dissolução da sociedade conjugal o fato do marido deixar
o lar conjugal para trabalhar no Paraguai, não mais prestando qualquer
assistência à mulher e à prole, configurando grave violação dos
deveres do casamento e tornando insuportável a vida em comum. Por outro
lado, diante de tais circunstâncias, eventual repulsa da mulher ao
marido, quando de suas raras e esporádicas visitas, não pode se
constituir no motivo da separação, ante a justa causa preexistente,
aplicando-se, no caso, o princípio que rege todas as convenções, qual
seja, não pode o marido exigir da mulher o cumprimento de sua obrigação
se ele próprio não cumpre a sua. (TJPR - AC 33.721-5 - Ac. 11.034 - Rel. Maranhão de Loyola - J. 04.04.95) SEPARAÇÃO JUDICIAL - CÔNJUGE REVEL - EFEITOS DA REVELIA -
ADMISSIBILIDADE - APLICAÇÃO DO ART. 319 DO CPC - JULGAMENTO ANTECIPADO
DA LIDE - INADMISSIBILIDADE - A separação não constitui direito
indisponível, tanto que pode ser feita por consenso das partes, daí
incidir contra o cônjuge revel os efeitos do art. 319 do CPC, correndo
contra ele os prazos independentemente de intimação (CPC - 322), não se
admitindo, porém, o julgamento antecipado da lide, tanto mais quando se
tratar de separação litigiosa. (TJBA - AC
18.875-2 (SJ) - 3ª C. - Rel. Subs. Juiz João Pinheiro - J. 25.09.96) (RT 737/338) SEPARAÇÃO JUDICIAL - CULPA - Se a sentença reconheceu não haver
prova de culpa por parte de nenhum dos cônjuges, não pode concluir,
contraditoriamente, em decretar a separação judicial por culpa recíproca.
Deve ser provido o apelo do cônjuge que não se conformou em lhe ser
atribuída uma culpa que não ficou demonstrada, mesmo porque resultam seqüelas
nocivas nos planos moral e econômico. A exegese liberal que busca não
manter os cônjuges unidos, quando não há mais condições para tal, não
pode ir ao ponto de imputar culpa quando não há prova desta culpa, como
é óbvio; pode é trabalhar com a noção de insuportabilidade da vida em
comum e a partir daí buscar a inevitabilidade da separação judicial. De
qualquer forma, não há, rigor, motivo para tal preocupação, na medida
em que o direito brasileiro atual tranqüilamente prevê soluções para
desfazimento da sociedade conjugal e do casamento de casais que não mais
se acertam, independentemente da idéia de culpa. Voto vencido. (TJRS - AC
595.096.702 - 8ª C. Civ. - Rel. Des. Antonio Carlos Stangler Pereira - J.
09.11.95) SEPARAÇÃO JUDICIAL - GUARDA DO FILHO - MULHER CULPADA - LEI Nº
6.515/77, ART. 10 - A mulher culpada pela separação do casal pode ficar
com a guarda do filho menor, se assim for julgado mais conveniente aos
interesses da criança, que é o valor fundamental a preservar (art. 13). (STJ - REsp
9.389-0 - SP - 4ª T. - Rel. Min. Ruy
Rosado de Aguiar - DJU 10.10.94) SEPARAÇÃO JUDICIAL - PARTILHA DE BENS - RECLAMAÇÕES DOS
INTERESSADOS - PRINCÍPIO DE IGUALDADE - Sem decidir as reclamações
opostas ao plano de divisão dos bens, não pode o juiz homologar a
partilha. A igualdade recomendada na lei não obriga a se atribuir a cada
condômino uma cota-parte em cada um dos bens a serem partilhados.
Diversamente, o objetivo da partilha é fazer cessar o estado de comunhão.
(TJBA - AC 211/85 - 3ª C - Rel. Des. Cícero Brito) SEPARAÇÃO JUDICIAL - REGIME DE BENS - COMUNHÃO PARCIAL - AQÜESTOS
- ORIGEM DOS RECURSOS - ÔNUS DA PROVA - No regime da comunhão parcial de
bens, presume-se idêntica a contribuição dos cônjuges para a formação
do patrimônio comum. Excluem-se da comunhão, por força de lei, os bens
adquiridos nas circunstâncias elencadas, numerus clausus, nos incisos do
art. 269 do CC. Havendo contribuição de um dos cônjuges na aquisição
do bem disputado, ainda que minoritária, afasta-se, ipso facto, o
previsto no inciso II do art. 269 da Lei Civil. O dispositivo prevê a
aquisição com valores exclusivos e, ainda, a ocorrência de sub-rogação
de bens particulares. Cuidando-se de direito disponível, para evitar-se a
incidência da comunhão dos aqüestos, constitui ônus do interessado
provar que houve convenção das partes em sentido contrário à presunção
legal ou a existência do perfeito enquadramento dos fatos em apelo menos
um dos permissivos existentes. (TJDF - AC 33.562 - DF - (Reg. Ac. 78.060) -
5ª T - Rel. Des. Valter Xavier
- DJU 23.08.95) SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - FALTA DE PROVA A RESPEITO DA
CONDUTA DESONROSA ATRIBUÍDA AO RÉU (ART. 5º, DA LEI 6.515/77) -
INADMISSIBILIDADE, ADEMAIS, DE RECONHECIMENTO DA CULPA RECÍPROCA SEM
RECONVENÇÃO - (a) Tratando-se de ação de separação judicial
litigiosa, incumbe à parte autora demonstrar o fato constitutivo do seu
direito, nos termos do art. 333, I, do Código de Processo Civil, razão
pela qual, não provando a culpa do réu, o pedido não pode ser julgado
procedente, com fulcro no art. 5º, caput, da Lei do Divórcio. (b) Por
outro lado, na ação de separação judicial litigiosa, a culpa recíproca
só pode ser reconhecida tendo havido reconvenção. (TJPR - AC 45.080-0 -
Ac. 12.336 - 1ª C. Civ. - Rel. Des. Maranhão de Loyola - J. 06.02.96) SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - GUARDA DAS FILHAS AINDA MENORES DO
CASAL DEFERIDAS AO PROGENITOR - MANUTENÇÃO DA SITUAÇÃO JÁ EXISTENTE A
DIVERSOS ANOS - OPÇÃO TAMBÉM FEITA PELAS MENORES EM JUÍZO - INEXISTÊNCIA
DE FATOS CONTRAINDICATIVOS À SOLUÇÃO DADA - SENTENÇA CONFIRMADA -
APELO DESPROVIDO - Ressumbrando dos autos a inexistência de fatores que
desaconselhem a permanência das filhas menores do casal com o pai,
mantida, assim, uma situação já existente há vários anos, a solução
judicial que defere ao genitor a guarda das mesmas menores impõe-se
prestigiada. Ainda mais quando a solução adotada, a par de ser benéfica
às menores, resulta também de opção por elas próprias formulada em juízo,
o que faz prevalecer as disposições legais que recomendam se empreste,
em detrimento a pretensos direitos dos pais, prevalência aos interesses e
conveniências do filho menor. (TJSC - AC 50.358 - 1ª C. Cív. - Rel. Des.
Trindade dos Santos - J. 27.02.96) SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - IMPUTAÇÃO DE ADULTÉRIO À MULHER
- AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO ADEQUADA - SIMPLES DEMONSTRAÇÃO DE. VIOLAÇÃO
DOS DEVERES CONJUGAIS - CARACTERIZAÇÃO DE INJÚRIA GRAVE POR PARTE DO
MARIDO - CULPA RECÍPROCA - Passando a mulher a ter conduta incompatível
com sua situação de esposa, pela prática de atos que importam em grave
violação dos deveres do casamento e tornam insuportável a vida em
comum, inafastável a procedência do pedido de separação judicial. Porém,
se o marido imputou-lhe a prática de adultério e não cuidou de produzir
prova adequada e isenta de duvidas quanto a tal acusação gravíssima,
deve também ser considerado culpado pela separação, porque poderia
valer-se de motivos mais brandos para tal finalidade. (TJSC - AC
96.002612-6 - 3ª C. Cív. - Rel. Des. Eder Graf - J. 24.09.96) (JC
77/156) SÚMULA STJ-153. - FIANÇA. O aval dado em contrato de
financiamento, como Fiança deve ser considerado. Contudo, esse contrato não
pode subsistir, se faltar outorga uxória, devendo ser declarado nulo.
AVAL. O aval e instituto de direito cambiário, e qualquer declaração,
por mais explicita que seja, de constituir aval, assim não pode ser
considerada, se fora do titulo, ou do pedaço que se lhe juntou.
Ensinamento de Pontes de Miranda. Apelação improvida. (TARS - APC
195.195.250 - 3ª CCiv. - Rel. Juiz Gaspar Marques Batista - J.
13.03.1996) TESTAMENTO CERRADO - BENS - CLÁUSULA DE INCOMUNICABILIDADE - EXCLUSÃO
DO MARIDO DA HERDEIRA - POSSIBILIDADE - REDUÇÃO À METADE DISPONÍVEL -
INADMISSIBILIDADE - CASMENTO SOB O REGIME DA COMUNHÃO DE BENS - IRRELEVÂNCIA
- ARTIGOS 1.721 E 1.723 DO CÓDIGO CIVIL - Prevalece a vontade da
testadora ao impor cláusula de incomunicabilidade aos bens que por sua
morte coubessem à herdeira legítima, para não comunicação com o
marido, pouco importando a celebração de pacto antenupcial para a adoção
da comunhão universal de bens no casamento. (TJSP - AI nº 214.735-1 - -
8ª CC - Rel. Des. Osvaldo
Caron - J. 31.08.94) (RJ 218/71) TRANSFERÊNCIA COMPULSÓRIA - ESPOSA DE MILITAR - CONCESSÃO DE
MEDIDA LIMINAR - CASAMENTO POSTERIOR À REMOÇÃO - 1. A solicitação de
adiantamento do ingresso na universidade desprestigiou a medida liminar
concedida, que deve ser cassada, pois o direito de obter vaga em
estabelecimento de ensino por ocasião da transferência compulsória deve
existir à época em que a mesma ocorrer. A apelada, in casu, não era
casada quando houve a remoção ex officio do militar, de modo que não
foram preenchidos os requisitos da Lei nº 7.037/82, regedora da espécie.
(TRF 4ª R - AMS 94.04.48273-0/SC - 5ª T. - Relª Juíza Marga Barth
Tessler - DJU 25.10.95) USUCAPIÃO. CONTESTAÇÃO. FALTA DE OUTORGA UXÓRIA. IRRELEVÂNCIA. - Usucapião. A falta de outorga uxória não subtrai a legitimidade processual do contestante. Recurso provido. (TARS - APC 193.028.768 - 3ª CCiv. - Rel. Juiz Maria Berenice Dias - J. 27.04.1993) |
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